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Crème brûlée, burnt cream, crema catalana, leite creme. O nome varia conforme o país mas a essência é sempre a mesma: um creme de leite com ovos, açúcar e baunilha que se serve com açúcar queimado – NA HORA! – por cima. É a minha sobremesa favorita de todos os tempos. Falem-me de bolo de bolacha, cheesecake, mousse de chocolate, baba de camelo… é tudo muito bom, que é, mas se houver leite creme é leite creme que eu quero. Nem há discussão. Azar dos azares, é a sobremesa mais aldrabada da história das sobremesas. Quando chega a hora de escolher e vejo “leite creme” no cardápio fico com água na boca mas, como já sei o que a casa gasta, pergunto sempre entredentes “será que é caseiro”? Quem está comigo recomenda sempre que eu pergunte mas, infelizmente, isso há muito que deixou de ser garantia que o raio do leite creme é MESMO caseiro. Já alguma vez perguntaram a um empregado de restaurante se determinada sobremesa era caseira e ele vos disse sincera e prontamente que não? A mim nunca aconteceu. Nunca! É sempre tudo caseiro. Feito na hora! Tirando todas as vezes em que não é, que é assim, tipo, quase sempre. Ontem a história voltou a repetir-se. Fomos almoçar a um restaurante típico português aqui ao pé de casa. Muito castiço e com boa comida – vamos ignorar as, quase, duas horas que o almoço demorou a ser servido. "Estamos com muita gente hoje"... – e, oh felicidade, tinha leite creme!! 
“É caseiro?”
 “É sim.”
 Vieram todas as sobremesas menos a minha. 
“O leite creme está a ser queimado”. 
Senti-me confiante. Está a ser queimado, queimado na hora!, portanto só pode ser
the real deal
Pois, não era. Assim que a tacinha de barro aterrou à minha frente soube logo. Aquele tom amarelo escuro não engana ninguém. O que é que me serviram? Pudim! Pudim do Mandarim!Dá para acreditar nisto? Foi o suficiente para me estragar todo o almoço. O bacalhau à lagareiro estava muito bom, que estava, mas a única coisa que me vai ficar na memória quando falar daquele espaço vai ser o momento em que pedi leite creme e me serviram pudim. Do mau, ainda por cima! 
Porque é que enganam as pessoas? Porquê?! Se não sabem fazer leite creme, ou se sabem mas não querem fazer porque dá muito trabalho, não o ponham na ementa. Como é que é possível terem o descaramento de servirem uma coisa às pessoas - pessoas que vão pagar a refeição no final! -, que nada tem a ver com o que foi pedido? É o mesmo que pedir um bife da vazia e servirem-me bifes de perú
Como podem ver eu levo mesmo muito a sério o meu leite creme. É um assunto que me é muito sensível. Vamos lá ver se nos entendemos de uma vez por todas: leite creme não é farinha Maizena – pois, eu sei que pode ser um choque, mas não é! Parem de misturar farinha Maizena
com ovos e dizerem, orgulhosos, que acabaram de fazer leite creme - e muito menos pudim! O leite creme leva, só!, natas, leite, ovos e açúcar baunilhado. Fica cremoso, com um tom amarelo muito clarinho e delicioso. Ah, e também não vale fazerem leite creme a sério e depois estragarem tudo ao despacharem logo o assunto do açúcar queimado e pimba, frigorífico com ele. O açúcar se não for queimado na hora fica todo mole e derretido. Não sejam preguiçosos! E, muito menos, aldrabões.

 

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Já agora, se houver aí alguém que saiba onde se come leite creme do bom faça o favor de partilhar! Já sabem, farinha Maizena e pudim não contam. Ok? Não me enervem!

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publicado às 11:49

Go get it! | Tangle Teezer

por Marisa Furtado, em 11.08.15

Isto não é, de todo, uma novidade no mercado, mas é, sem dúvida, uma novidade cá em casa. Estou rendida à Tangle Teezer! Já tinha reparado que os cabeleireiros as usavam, e que não me magoavam nada quando me penteavam o cabelo molhado, e até já tinha uma “em espera” na wishlist deste site há meses!, mas só agora pude pôr as minhas mãozinhas numa.
Depois do primeiro banho na casa nova dei por mim feita barata tonta a revirar tudo à procura do meu pente comprado no Jumbo – deve ter custado uns 4€ - e nada. Tinha ficado para trás no meio da confusão das mudanças. Desespero! “E agora o que é que eu faço? Penteio o cabelo com os dedos? – tarefa impossível, by the way - Uso um garfo?” a solução foi um pente velho que o meu homem tinha nas coisas dele e que deu para desenrascar, mas precisava urgentemente de comprar uma escova para me pentear convenientemente. Ora bem, não é tarde nem é cedo. Foi a desculpa perfeita para ir a correr à Sephora comprar uma Tangle Teezer. Em dourado! Que se é para gastar 16.55€ numa escova é para ser em bom. E, minhas amigas, só estou arrependida de não o ter feito mais cedo. Escovar o meu cabelo molhado, que como é fininho fica cheio de nós e próximo de um ninho de ratos, com um pente ranhoso de dentes largos e com a Tangle Teezer é assim como a noite e o dia. Não tem nada a ver! Antes demorava uma eternidade até desfazer os nós todos, demorava quase tanto tempo a pentear-me como a secar o cabelo, o que para quem tem cabelo fino é só ridículo. Faço ideia o que seria se tivesse uma juba volumosa. Agora em 1 minuto/minuto e meio, e juro por todos os santinhos que não estou a exagerar, tenho o cabelo todo penteadinho, sem nós e sem dor! Estou mesmo rendida, a sério. É fantástico não demorar 10 minutos a pentear-me depois do banho.
A escova tem sido descrita na imprensa por esse mundo fora como lifechanging, mágica e um must-have. E é. E é! É tão boa que até já ganhou uma data de prémios. Não sei quantas marcas de escovas se podem gabar do mesmo, mas acredito que muito poucas. Portanto pessoas, se também sofrem com a escovagem do cabelo pós-banho esta é a solução. Believe me. Não é barata, que não é, mas compensa tanto! Se não quiserem dar os 16€ que pedem na Sephora podem sempre encomendar pela Maquillalia, que era o que eu também devia ter feito há muito tempo, mas enfim. Sempre poupam 3€ e em 2 dias têm a escova em casa.

 

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publicado às 11:39

Mudanças report

por Marisa Furtado, em 03.08.15

Done! 
O dia da mudança foi o mais cansativo de todos, apesar de não ter feito quase nada durante grande parte do tempo. Mas o stress de ver pessoas a desmontar as nossas coisas na casa antiga com medo que algo corresse mal, ver a casa nova de pantanas com caixas e móveis em todas as esquinas, tudo desarrumado, ter a equipa das mudanças e do MEO a trabalhar em simultâneo e a sujarem-me tudo, ter o gato fechado no quarto durante uma data de horas, tudo junto foi coisa para me dar cabo dos nervos, já de si frágeis. 


Depois de muitas pesquisas acabámos por escolher uma empresa de mudanças certificada em vez daquelas de vão de escada que colam anúncios nas paredes. Preferíamos pagar um bocadinho mais mas ter a certeza que as nossas coisas eram tratadas com cuidado e que, caso houvesse um azar, havia seguro incluído no preço que cobria os danos. Os senhores chegaram à morada antiga pontualmente, às 9h, mas quando os vi comecei a ver também a minha vida a andar para trás. Era um senhor de 50 e tal anos que assim que viu o que tínhamos em casa para eles transportarem começou a fazer alongamentos "que isto de manhã é mais complicado, ainda temos que aquecer", e um franganote na casa dos 20 pequenino e magrinho. Apesar da primeira impressão não ter sido a melhor a coisa até nem correu mal. Tiveram muito cuidado com tudo e o senhor mais velho foi muito compreensivo em relação aos cuidados a ter com o nosso gato - não entrar no quarto onde ele estava, montar as mobílias daquela divisão em último lugar, ausentar-se da zona dos quartos quando tinha de o passar de um quarto para o outro, para não se assustar, etc. - acho é que podiam ter demorado menos tempo. Ao todo foram 7h30! Está bem que a casa antiga ficava num 3.º andar sem elevador - e eu bem vi a diferença quando transportaram as coisas para a casa nova que tem elevador. Bem mais rápido! - e a distância entre as duas moradas era de pouco mais de 20km, mas 7h30 pareceu-me um exagero. Falei com duas pessoas que também mudaram de casa recentemente e o tempo que demoraram variou entre as três e as seis horas. Mas pronto, está feito e se não fosse a empresa de mudanças tinha sido impossível. As únicas baixas que houve foram três canecas, um pires e um copo que se partiram por culpa nossa. O resto está impecável!

Ao fim do dia o cenário cá em casa era caótico. A maior parte dos móveis estavam colocados no sítio certo mas o recheio estava todo dentro das caixas, de formas que ver caixas e mais caixas por todas as divisões foi avassalador. Confesso que tive ali um momento de histerismo interior em que não sabia para onde me virar. Abria as caixas que estavam na sala, via que tinham coisas que tinham de ser guardadas no quarto, ia ao quarto e via mais caixas com coisas que tinham de ir para o armário da casa de banho... aaaaaaaaaaaaaaargh. 

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Como o trabalho de equipa é essencial nestas situações eu e o meu homem unimos esforços e em 5h pusemos a casa operacional. Tudo arrumado, tudo limpo, decorações nos sítios... e às 22h estávamos derreados a ligar para a Sushi@Home para encomendar o jantar - regalias para quem mora na capital.

 

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Estávamos algo apreensivos antes da mudança, tínhamos receio que a nossa mobília ficasse muito atabalhoada num espaço que é mais pequeno que o anterior, mas o resultado superou largamente as expectativas. A sala é o nosso xodó, adoramo-la, mas toda a casa ficou muito harmoniosa e acolhedora, até mais que a antiga, vejo isso agora, onde as coisas estavam mais dispersas pelas divisões. Morar em Lisboa, pertinho de tudo - algo que sempre quisemos -, ir e vir a pé do trabalho, poder ir almoçar a casa é, sem sombra de dúvida, um luxo, e morar numa casa tão bonita, um bónus!

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publicado às 09:46

Mudanças report

por Marisa Furtado, em 30.07.15

Em quatro dias já conseguimos embalar, transportar e arrumar na casa nova toda a nossa roupa, decoração, pequenos electrodomésticos, o recheio da dispensa e alguma loiça. Queremos que os senhores das mudanças só nos levem mesmo a mobília e uma ou outra caixa que seja mesmo muito pesada para nós ou que não nos caiba no carro durante este processo – que serão certamente as do resto da loiça e dos livros. Não só lhes reduz substancialmente o tempo da mudança como para nós é muito mais fácil só termos de arrumar livros e pratos na casa nova assim que a mudança estiver concluída, em vez de darmos por nós e termos tudo de pantanas. Tem-nos saído do pêlo! Actualmente moramos num 3.º andar sem elevador que sempre me custou horrores a subir mas agora, que tenho de subir e descer aquelas malditas escadas com caixas pesadíssimas nos braços vezes sem conta, estou-lhes a desenvolver o ódio nada saudável. É uma alegria sempre que chego à nova morada e só ter de depositar as coisas no elevador!
Apesar de estes dias estarem a ser muito cansativos sabe-nos bem começar a ver a casa nova a ganhar vida com as nossas coisinhas. É uma sensação muito boa. Quem está a adorar tudo isto é o senhor Kubrick, que agora tem todo um mundo de caixas e caixinhas onde se pode esconder e esticar o seu lombinho de 5kg.

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Mal sabe ele o que o espera...

 

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publicado às 10:38

Mudanças

por Marisa Furtado, em 28.07.15

Qual é aquela coisa que ninguém quer fazer no dia em que as férias terminam? Podia ser desfazer a mala que, de facto, é uma chatice e nunca apetece, mas não, não é isso, estou mesmo a referir-me a preparar uma mudança de casa. Este ano foi o que nos calhou na rifa. Depois de muito matutar, quase até à exaustão – mesmo!... – decidimos avançar com a mudança. A área do novo apartamento é um bocadinho menor que a que temos agora mas para morar em Lisboa, pertinho de tudo e, consequentemente, melhorar a nossa qualidade de vida – adeus trânsito e gastos parvos em gasolina -, há que fazer alguns sacrifícios e a área útil numa casa é, sem dúvida, uma delas. A não ser, claro, que sejamos ricos, aí o céu é o limite – eu contentava-me com uma penthouse no Chiado. Assim que entrámos em casa, depois de uns retemperadores 15 dias de praia, desfizemos as malas de viagem e começámos imediatamente a encaixotar a nossa vida de dois anos e meio nestes 90m2. Cheguei ao final do dia tão estoirada que quase não conseguia falar. E só enchemos umas seis caixas. Ou seja, ainda falta TUDO! Felizmente tivemos a presença de espírito de contratar uma empresa que nos vai tratar da mudança dos móveis, o que já é um descanso.
O grande defeito que achei que a casa nova tinha era o facto de não ter dispensa nem varanda/marquise onde se pudessem guardar coisas, mas depois entrei em minha casa, vi a quantidade de tralha que tenho guardada nesses dois espaços e agradeci a Deus ter-me levado para um sítio onde vou ser obrigada a ter um estilo de vida mais minimalista. A sério, quem é que precisa de 50 sacos de plástico e papel? O que é que eu acho que me vai acontecer na vida para precisar de armazenar tanto saco? E as caixas acumuladas das coisas que fomos comprando?  Ele é a caixa do secador, da máquina do café, da liquidificadora, do aquecedor ranhoso que deve ter custado uns 10€ - mas que me dá um jeitão no inverno para aquecer a casa de banho! -, da varinha mágica, do fervedor… ufa! “Guardamos a caixa durante 2 meses, não vá haver algum problema com o aparelho, mas depois vai fora.” Vai, vai. A minha vontade é entrar ali, fechar os olhos e mandar tudo para o lixo, assim indiscriminadamente, mas, infelizmente, vou ter de passar por um longo e penoso processo de selecção, não vá haver ali alguma coisa que faça, realmente, falta.
No meio disto tudo percebi que uma das coisas boas de se ter os pais a viver num raio de 20km é podermos distribuir a tralha que não conseguimos pôr na casa nova pelas casas deles. Por exemplo, sempre que entro na marquise o que me salta logo à vista é a enorme bola de Pilates que resolvi ir buscar a casa dos meus pais num dia em que, provavelmente, me estava a sentir muito virada para a actividade física – go figure… Erro. Trouxe-a, enchi-a e guardei-a ali. Vai, obviamente, regressar às origens, que na casa nova não há espaço para devaneios parvos deste género. Na casa antiga temos três varandas com janelões enormes mas na casa nova isso não existe, logo, vão sobrar cortinados. Solução: vão dobradinhos para a casa dos sogros que era só o que faltava agora pôr cortinados no lixo. Coincidência das coincidências, os nossos pais vão de férias na altura das mudanças o que pode significar que, quando regressarem, tenham uma decoração nova lá por casa (inserir riso maquiavélico).
Nos próximos dias a minha vida vai ser isto: trabalhar durante o dia, encaixotar coisas à noite e ir levando o que conseguirmos para a casa nova ao final do dia de forma a que, no fim de semana, quando chegarem os senhores das mudanças, já estar tudo organizadinho e só ser preciso levar. Quando tomámos esta decisão pensei que mal começássemos as mudanças ia começar a chorar copiosamente com pena de deixar a casa, tão bonitinha, onde fomos tão felizes nos últimos dois anos e meio, mas já tirámos todos os cortinados das janelas, molduras das paredes e encaixotámos roupas e coisas de cozinha e, até agora, mantive-me firme como uma rocha. So far so good.

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publicado às 10:35

Ter um gato também é isto #8

por Marisa Furtado, em 21.07.15

Assim que o Kubrick veio fazer parte da família a primeira regra que lhe impus foi nunca passar as noites no nosso quarto. Tinha o resto da casa por conta dele mas o quarto dos donos estava interdito. Sempre resultou, nunca nos arranhou a porta a meio da noite para entrar, de vez em quando vai lá miar à porta às 8h da manhã aos fins-de-semana mas depressa se cala.
Actualmente estamos de férias num T1 que ele já conhece, é o terceiro ano que o trazemos para cá, e, até agora, a regra das noites sempre se tinha aplicado também aqui sem stress. Só que este ano baixou nele um espírito do demónio e a coisa já não está a correr tão bem. Na primeira noite fechámos a porta do quarto e ele ficou com o resto da casa para ele. Passadas três horas desatou a arranhar a porta do nosso quarto de tal maneira que parecia que do outro lado estaria um touro. Mas não, continuava a ser o nosso gato de 5kg. Levantei-me - sim, porque o meu homem NUNCA ouve nada. Dá imenso jeito... - e fui fechá-lo na sala/kitchenet para não o ouvir. Pensava eu. Aguentou-se até às 6h da manhã, hora em que começou a dar à pata novamente e em que eu o deixei entrar no quarto e passar as restantes horas da manhã ali connosco. Ora isto foi assim durante toooooda a primeira semana de férias, com a agravante que à medida que os dias passavam mais vezes por noite tinha de me levantar para o mandar calar. Assim que abria a porta do quarto lá estava ele, do outro lado da porta da sala, com o olhar mais triste do mundo tipo gato das botas do Shrek. Não é que tal coisa me comova, que eu às 3h30 da manhã quero é dormir descansada, não quero cá saber de gatinhos manipuladores.

 

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Ao fim de uma semana achei que estar a acordar três vezes por noite nas minhas férias! já era demais e cedi. Pronto. Sou uma fraca. Esta última semana que cá vamos estar o Kubrick vai dormir connosco. Já é a segunda noite e, de facto, é um descanso. Está a noite toda a dormir connosco, não faz barulhos, não desata a fazer sprints pela casa de madrugada... problema: dorme aos meus pés, umas vezes encolhido, outras todo esticado como se isto fosse tudo dele. Portanto quando me quero esticar dou com os pés nesta massa peluda que não se mexe nem por nada e pronto, lá desperto eu outra vez porque quero mudar de posição e não consigo. Aaah, como é bom dormir com animais no quarto!... Claro que o meu homem dorme a noite toda como um pequeno querubim. Nada o incomoda, graças a Deus. Como dorme todo esticado a ocupar todo o espaço livre que encontra o gato não consegue estar ao pé dele. Já eu que durmo em posição fetal sou uma óptima candidata a parceira de cama de um felídeo. Raisparta.
Resta-me esperar que não se habitue a esta nova vida e que quando regressarmos a nossa casa, onde ele vai reaver o sítio favorito para bater as suas sestas, aka, o cadeirão da sala, tudo volte ao normal. 

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publicado às 10:42

Coitadinha, é tão branquinha...

por Marisa Furtado, em 17.07.15

Há duas coisas que as pessoas se acham sempre no direito de fazer e que a mim me causam uma certa confusão. A primeira é acharem que por estarem a conversar com uma mulher grávida estão no direito de lhe acariciar a barriga, seja a grávida sua filha ou uma estranha com quem se cruzaram no supermercado. Se está grávida, se tem um barrigão, então está subentendido que qualquer pessoa, a qualquer altura, lhe pode tocar na barriga. Se não estivesse grávida era só muito estranho, mas como está grávida já não faz mal. A segunda é acharem que podem fazer comentários sobre o tom de pele das outras pessoas durante toooodo o Verão, especialmente das branquinhas, como eu. Sobre este segundo flagelo já falei aqui, mas é uma coisa tão actual que nunca é demais regressar ao tema. 
Ontem à noite quando estávamos a pagar a conta do jantar uma das empregadas virou-se para mim e soltou um: "Esta menina ainda está muito branquinha!", com um sorriso maroto. Mas... que raio de comentário, completamente gratuito, é este? E qual é a razão do "ainda"? Isto é alguma competição? Será que estava a decorrer o concurso Miss Bronze '15 e eu não reparei? E será que a senhora fazia parte do júri? Tive de fazer o meu melhor sorriso e explicar, com calma, apesar de já não poder com estas observações, que estou e estarei sempre porque é essa a minha cor. Tenho uma tez clara. Simples. "Ah, pois, então tem de ter cuidado com o sol! Tem estado muito forte." Sim, obrigada, eu sei. Não acordei ontem com uma pele clarinha, toda a minha vida soube que tinha de ter particular cuidado com o sol. 
Este ano tem sido particularmente fértil neste tipo de observações. Um dia antes de vir de férias uma pessoa extremamente inconveniente com quem só tinha estado duas vezes disse: "Ai vai de férias! Está mesmo a precisar que está muito branca!" e diz isto com um tom como se estivesse a falar com alguém com lepra! Voltei a explicar que por muitas férias que tirasse nunca ia ficar escura, como ela, por exemplo, que tinha a pele toda queimada do sol. "Ah estou a ver. Deve ser como a minha filha que tem de se besuntar com factor 50, senão fica que parece uma lagosta." e isto leva-nos a outro ponto: sempre que digo que não me bronzeio muito há sempre uma alminha que faz um olhar de pena e lamenta: "Pois... primeiro ficas toda vermelha e só depois é que passa a bronze não é?". Huumm... não?! Fico vermelha se não tiver cuidado e ficar horas a torrar ao sol. Aí sim, fico vermelha, como, acho eu, qualquer pessoa. Ou o pessoal naturalmente mais moreno é imune aos escaldões? Não me parece. Se usar os protectores adequados ao meu tipo de pele e se me proteger nas horas de maior calor, mesmo estando na praia, vou-me bronzeando gradualmente. E não, não fico vermelha. Sei que pode ser um choque para muita gente, mas vou ganhando um tom douradinho, ainda que para muitos um bronzeado como deve ser só conte a partir do momento em que alguém se pareça com uma tablete de chocolate negro com 70% de cacau. 
Pessoas, façam a vossa cena, sejam conscientes e protejam-se do sol, não queiram ganhar bronze à pressa que isso, mais tarde, paga-se e deixem as outras pessoas em paz. Nós, as branquinhas, dispensamos os vossos comentários patetas. Ser mais clarinha que a grande maioria dos portugueses não é crime nem doença ok? E, ao contrário do que possam pensar, isto não é nenhum concurso para ver quem chega ao fim do Verão mais escuro. Relaxem.

Boas férias.

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publicado às 10:28

Mudar de casa

por Marisa Furtado, em 29.06.15

O que é que duas pessoas que não gostam de mudanças nunca conseguem fazer de forma leviana? Exacto, mudar de casa. Certamente haverá muitas outras coisas, mas mudar de casa é capaz de ser o maior pesadelo de alguém que não gosta muito que lhe abanem as estruturas. Eu e o meu homem moramos nos subúrbios numa casa linda, espaçosa, com muita luz, completamente decorada a nosso gosto. Um mimo. Problema: fazemos toda a nossa vidinha em Lisboa e só regressamos à base para dormir. O que significa que passamos imenso tempo enfiados no carro e que não usufruímos da zona onde está a nossa casa e isso, ao fim de dois anos e meio, foi uma coisa que nos começou a aborrecer. O facto de ser um terceiro andar sem elevador também não ajuda. Já lá estamos há tempo suficiente para as minhas pernas se terem habituado a subir três (longos) lances de escadas, mas a verdade é que ainda hoje fico surpreendida por não morar no segundo andar, onde chego sempre cansadíssima e a desejar parar logo ali.
Há meses que andamos a ver casas em Lisboa, o que é o mesmo que dizer que há meses que sofremos desilusões umas atrás das outras. Por norma nas fotografias as casas parecem sempre lindas e enormes mas quando lá entramos são minúsculas e escuras/a precisar de pintura/com muros em frente às janelas/com quartos onde não cabe uma cama/os senhorios são uns burgessos… you name it. E as casas giras têm sempre um Calcanhar de Aquiles que torna impossível avançar para o aluguer. Normalmente são as cozinhas semi-equipadas, que é como quem diz com fogão e, com sorte, esquentador e/ou casas sem roupeiros. Ora, se nos pedem 600€ mas depois ainda temos de equipar a cozinha toda, ou se temos de comprar armários que vão, invariavelmente, tirar área aos quartos… a brincadeira sai cara. Portanto o cenário foi este durante quase um ano, até nos ter aparecido a casa que tinha tudo para ser perfeita: remodelada, com elevador, cozinha equipada e a uma distância pedonal de tudo o que interessa, inclusive do trabalho. Se no sítio onde estamos agora precisamos de carro para tudo – mas mesmo tudo! -, ali podemos ir a pé ao supermercado, ao cinema, a uma data de restaurantes e se quisermos ir um bocadinho mais longe também temos o metro logo ali à porta. Problema: a casa é mais pequena que a nossa – uma diferença de 15m2 - e a nossa… epá, é mais gira. Sinto que para todas as pessoas com quem falo do assunto isto não se qualifica como um problema, na maioria das vezes ficam convencidas com o argumento de ir a pé para o trabalho, mas a verdade é que perante a hipótese de deixarmos a nossa primeira casa, tão lindinha e maior, com as paredes pintadas de cinzento clarinho e o papel do Querido Mudei a Casa na sala… a verdade é que vacilamos e começamos a pensar se afinal ir a pé para todo o lado, inclusive para o trabalho, é assim tãaaaaao importante. Também não ajuda estarmos a passar por este dilema no verão, altura em que quase não há trânsito nenhum em Lisboa. Se calhar se estivéssemos em Janeiro, com chuvas torrenciais e filas de trânsito assustadoras, a conversa era diferente.
E pronto há uma semana que não se fala noutra coisa, de manhã achamos que nunca na vida vamos conseguir abandonar a nossa primeira casa, mas a meio da tarde já só vemos vantagens na outra: “É mais pequena, mas…”. Daqui a umas semanas vou de férias e não queria nada usar o meu tempo de relax a martirizar-me com este assunto, de formas que já só me apetece ligar ao senhorio e dizer “esqueça lá isso” só para conseguir pensar noutras coisas. E este filme todo é só para decidirmos se queremos mesmo mudar de casa ou não! Nem quero imaginar como será se tivermos de empacotar tudo e voltar a desempacotar e arrumar tudo no sítio na casa nova. Pânico.

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publicado às 15:22

E quando o senhorio nos impinge a mobília?

por Marisa Furtado, em 19.05.15

Gosto das facilidades de morar numa casa arrendada: é bonitinha, não dá chatices, se der o senhorio resolve, e, se um dia, ficar sem dinheiro e tiver de ir para uma mais barata é só fazer as malinhas e pôr-me a andar. Já pensar em comprar uma casa que vou ter de pagar durante 40 anos, as reuniões de condomínio, o IMI, o querer mudar de casa e ficar anos a tentar vender a que entretanto comprei... isto sim, dá-me voltas ao estômago. Acho que aquele gostinho de sermos donos de qualquer coisa é uma característica muito portuguesa. Fora do nosso jardim à beira-mar plantado o normal é alugar em vez de comprar e toda a gente vive muito bem com isso, mas cá dentro levamos com o estigma dos coitadinhos que não têm onde cair mortos. Claro que se um dia eu e o meu homem encontrarmos uma casa que é mesmo aquilo que procuramos a uma prestação inferior à que pagamos de renda mudamo-nos sem pensar duas vezes, mas acho que esse é um futuro muito, muito longínquo. Já andámos a ver e chegámos à conclusão que dificilmente encontraríamos uma casa do género da nossa com uma prestação que pudéssemos pagar. Já para alugar... a conversa é outra. 
Volta e meia encetamos novas procuras pela casa perfeita, no sítio perfeito. Não é que a que temos agora seja má, longe disso, mas se pudéssemos não demorar uma média de 30 a 40 minutos para chegar ao trabalho todo o santo dia éramos pessoas muito mais felizes e serenas. Apesar de gostarmos muito de ver casas a procura consegue ser física e emocionalmente desgastante, ora atentem. Na nossa busca temo-nos deparado com uma atitude por parte dos senhorios que nos deixa deveras irritados. Ou melhor, duas atitudes. A primeira é pedirem-nos três, e por vezes até quatro, - quatro!!!!!! - rendas, como se entregar assim quase 3 mil euros fosse uma coisa banalíssima que não custa nada. "A primeira renda é a do primeiro mês, a segunda é a do último, a terceira é a de caução, a quarta... " e eu entretanto deixo de ouvir o sanguessuga que tenho do outro lado porque começo a fazer contas à vida e percebo que o que nos estão a pedir é absurdo. 
A segunda coisa é aquela teoria espectacular "usem as nossas coisas porque assim poupam as vossas". Aconteceu-nos recentemente quando fomos ver uma casa que tinha uma máquina de lavar loiça minúscula e uma mesa de cozinha hedionda. Quando questionei o senhorio sobre a possibilidade de levar dali aquelas coisas para nós podermos entrar com as nossas a resposta foi um desconfiado: "Nós podemos tirar... mas não vejo que sentido faça. Porque é que não usam o que nós podemos deixar aqui? Usam as nossas coisas e assim não gastam as vossas." Não sei quanto a vocês, mas eu fiquei muito incomodada com aquela insistência. Aquela pessoa estava, claramente, a impingir-nos as coisas que já não lhe faziam falta! Gostava muito de saber de onde vem este raciocínio economicista sem lógica nenhuma. Nós queremos uma casa DESmobilida por uma razão. Há uns anos investimos bastante dinheiro em mobília ao nosso gosto e, por isso, fazemos toda a questão de levar as nossas coisas para onde formos. Eu não quero poupar as nossas coisas. Quero usá-las. Afinal foi para isso que as comprámos. Se temos um sofá cinzento clarinho, giríssimo, com linhas direitas e modernas, que vão mesmo bem com o resto da mobília da sala, toda branquinha e minimal, porque é que havemos de ficar com o vosso sofá verde escuro com linhas arredondadas? Se temos uma mesa da cozinha linda, grande, de madeira castanha clarinha, porque é que havemos de ficar com uma redonda, pequena, castanha escura e envernizada? Porquê? Para poupar a nossa? Mas poupá-la para quê? Nós comprá-mo-la e queremos dar-lhe uso. Tudo o que eu mais quero é entrar na minha cozinha arrendada, ver a minha mesa do IKEA, que era mesmo aquilo que queríamos e que comprámos com muito amor e carinho, e sentar-me ali descansada a tomar o pequeno-almoço. Na MINHA mesa. Posso estar na cozinha de outra pessoa, mas a mesa é bonita e é minha. E o mesmo se aplica a toda a mobília da nossa casa. Desde o espelho fabuloso que temos no quarto que mede uns simpáticos dois metros - adoro espelhos grandes - e que nos custou os olhos da cara, aos talheres baratinhos do Espaço Casa. São as nossas coisas compradas com amor e ao nosso gosto. Porque é que havemos de querer ficar com os restos das outras pessoas, aquilo que não lhes convém levar para onde quer que estejam a morar agora? Nós sabemos que estamos a alugar a vossa casa mas, pelo menos por um período de dois ou três anos, aquele será o nosso lar e não a vossa casa de arrumos de mobília dos anos 80. Não me importo nada de ir para uma casa usada e que pertence a outra pessoa mas, porra, só não me tirem a mobília!

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publicado às 12:22

Da sensibilidade

por Marisa Furtado, em 05.05.15

Estava em amena cavaqueira com a enfermeira numa das salas da empresa que se dedica à medicina do trabalho. Tudo muito bem, tudo muito divertido, até chegarmos à parte de tirar sangue, que é quando eu normalmente entro em piloto automático. 

Estico o braço e olho para o lado oposto.
- Então não vai olhar? Faz-lhe impressão?
- Faz, sim.
- Mas não tem com que se preocupar que as suas veias parecem ser óptimas. Vai ser fácil.
- Pronto, ainda bem.
- A não ser que ela comece para aí a dançar! Mas vamos esperar que não.

WHAAAAAAAAAAAAAAT?
É impressão minha ou "veias a dançar" está no Top 3 das imagens que não se devem cravar na mente de pessoas que tremem perante a ideia de tirar sangue?

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publicado às 19:45


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