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"Então e os nossos?"

por Marisa Furtado, em 04.09.15

Ontem vi no Facebook uma reportagem da SIC Notícias sobre como ajudar os refugiados que vão chegar a Portugal. Dizem eles que há já quem se tenha chegado à frente para lhes dar guarida e outros que anunciaram que têm trabalhos na área da agricultura para oferecer aos que fogem da guerra e da vida miserável que têm no país de origem. Até aqui tudo bem. Esta é uma boa notícia. Afinal somos conhecidos por sermos tão cinzentões mas no fundo, lá no fundinho, somos uns corações moles. Não podemos ver sofrimento alheio que vamos logo a correr ajudar quem precisa. Certo? Ou será que não é bem assim?

Quando comecei a ler a caixa de comentários caiu-me tudo ao chão: “Vão ser como os ciganos que recebem mais do que quem trabalha!”, “1 em cada 10 são terroristas”, “Vão viver dos nossos subsídios!”, “Temos o dever de os ajudar mas temos a obrigação de defender os nossos!”, “Não ajudamos os nossos mas ajudamos os de fora!”, “Deviam era juntar-se todos e lutar contra quem lhes quer fazer mal, mas na terra deles!”, “Primeiro estão os nossos que precisam de ser ajudados!”, “Estamos a ajudar estrangeiros em vez de ajudarmos os portugueses que passam fome e frio nas ruas!”, “Mandam os nossos jovens emigrar e depois dão trabalho aos que vêm de fora!”, e mais haveria para citar, infelizmente.

Mas que gente é esta? “Então e os nossos?” A sério? Estão com inveja daquelas pessoas? Pessoas que vêm para cá sem nada, que vão passar meses amontoados em abrigos, que não sabem falar a nossa língua, que, provavelmente, perderam familiares na travessia até à Europa e, sim, que vão trabalhar nos nossos campos agrícolas estando ao mesmo tempo a ajudar-nos com a sua mão de obra e, obviamente, a receber pelo trabalho que desempenham, que a escravatura, felizmente, já é crime. Acham mesmo que os jovens portugueses que emigram se podem comparar a estas pessoas? Acham que um jovem de 25 ou 30 anos, licenciado que vai para o estrangeiro procurar um trabalho onde lhe paguem mais que os 500 ou 600€ portugueses se pode comparar a pessoas que fogem dos seus países de origem por alguém lhes ter rebentado com as casas, por as escolas estarem fechadas porque são um alvo tão apetecível como qualquer outro, por não terem o que comer? Acham mesmo que estamos em pé de igualdade? E se virarmos a situação ao contrário? E se fossemos nós os refugiados? Se fossemos obrigados a fugir do nosso país por ser mais perigoso ficar do que ir? Sim, que nada nos garante que não viremos a passar por algo semelhante. Que tal nos sentiríamos se chegássemos ao outro lado sem nada, provavelmente depois de termos visto a nossa mulher, ou o nosso filho morrer pelo caminho, e nos depararmos com as reacções que estamos a ter agora para os que precisam de ajuda? “Vão ser como os ciganos que recebem mais que quem trabalha!”, “Vão viver dos nossos subsídios!”, “Temos o dever de os ajudar mas temos a obrigação de defender os nossos!”, “Não ajudamos os nossos mas ajudamos os de fora!”, “Deviam era juntar-se todos e lutar contra quem lhes quer fazer mal, mas na terra deles!”… se calhar se virmos as coisas assim, se nos pusermos na pele deles, já não gostamos, já não nos sentimos tão superiores nem tão nacionalistas. Se calhar achamos que estamos todos a exagerar e a comportarmo-nos como pequenos animais selvagens que, como não são racionais, fazem apenas o que se lhes está na natureza quando outro animal lhes invade o território: põem as garras de fora e atacam. É um exercício bastante simples este, o de nos pormos na pele dos outros. Basta sermos portadores de uma coisa muito bonita e humana que se chama empatia que é precisamente aquilo que nos permite identificar com outras pessoas e com situações pelas quais nunca passámos. Mas se por acaso houver aí alguém incapaz de desenvolver tal sentimento e, pelo que li nas redes sociais, há muita gente que sofre desta patologia, vejam este vídeo produzido pela organização Save the Children precisamente para tocar aqueles que ou andam a dormir e não sabem o que se passa ou têm um pedragulho no lugar do coração e, por isso, vão para as caixas de comentários das redes sociais vomitar alarvidades como aquelas que citei aqui.

 

 

 

 

Se quiserem saber mais sobre o que se está a passar, o Observador está a fazer um trabalho incrível sobre o tema. É, provavelmente, o site português mais informativo que tenho consultado ultimamente. Não só sobre a crise dos refugiados mas também sobre os temas de política interna. Gostei particularmente deste guia eleitoral que resume muitíssimo bem, de forma clara e simples, as propostas de cada um dos partidos portugueses. Se estão indecisos e não sabem em quem votar esta é uma boa forma de ficarem mais iluminados. Ou não, mas aí a culpa já não é do jornal.

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publicado às 11:58

Ter um gato também é isto #10

por Marisa Furtado, em 28.08.15

 

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 9 de Agosto de 2013 / 27 de Agosto de 2015

 

Dois anos e picos depois de termos ido buscar esta bola de pelo cheia de personalidade, depois de muitas mordidelas - muitas delas deixaram cicatrizes -, depois de um par de chinelos de borracha roídos até não sobrar nada em apenas uma noite!, depois de uma infecção de pele que também nos contagiou, de um valente ataque de diarreia que nos cagou, literalmente, a casa toda, de horas a gritar "Kubrick não!" para o tentar demover de comer a árvore de Natal e de rasgar os embrulhos, de um sem fim de comportamentos vergonhosos no veterinário; depois de muito dinheiro gasto em vacinas, teste de despiste de FIV e FeLV, brinquedos, arranhadores, uma cama de rei, teste para saber se tinha Tinha - ou ring worm, em inglês -, shampoo, ampôlas e antibiótico para curar a doença, testes para saber se a Tinha já tinha passado, esterilização, comida; dois anos e picos depois de preocupações desmesuradas, como quando fiquei com o coração do tamanho de um pinhão quando o deixei no veterinário para ser esterilizado, depois de muitos, muitos pêlos sacudidos de tapetes, mantas, peças de roupa e lençóis, depois de algumas chávenas partidas, de muitos exercícios de criatividade para o levar a fazer o que nós queremos - entrar na transportadora, dar-lhe medicamentos, cortar as unhas -, depois de muitas sestas no sofá enrolado no meio de nós, de muito ronron, às vezes quase imperceptível, mas está lá!, de muitas turras e muito mel logo de manhã em jeito de bom dia, de muitas, não, todas!, as refeições com este emplastro sentado no meio da mesa a olhar para nós, de muita companhia, tanta que às vezes não lhe reconheço a característica mega independente dos felinos - está sempre, sempre, sempre onde nós estamos -, de muitas tropelias que nos deixam horas a rir, de viagens de carro que começam sempre com miados desesperados e altíssimos mas que dez minutos depois dão lugar a uma valente soneca que só termina quando o carro pára; dois anos e picos depois de muitos ataques de carinho repentinos que derretem qualquer coração, de muitas 'patinhas' feitas nos meus pijamas polares, de muitos miados que agora conseguimos decifrar - tem quatro diferentes: "quero mimo", "quero brincar", "pára com isso!!!" e "quero fiambre!" -, de um entendimento que só quem tem animais de estimação entende, não é só o miar, cada olhar, cada expressão está, também, carregada de significado... dois anos e picos depois de tudo isto já não nos conseguimos imaginar sem ele. Sem esta bola de pelo que consegue levar quase sempre a melhor, que todas as manhãs nos vem pedinchar fiambre ao pequeno-almoço e que dá tanta, tanta vida à nossa casa.
É por saber a alegria que um animal de companhia traz à nossa vida e o quão gratos nos ficam pelas mais pequenas coisas que compreendo quem os defende e quem lhes dá voz - como é o caso do nosso Nuno Markl e de um dos meus comediantes favoritos, o Ricky Gervais - e é por isso também que ontem fiquei tão feliz por saber que demos mais um passo em direcção à criminalização de quem os desrespeita. Não consigo entender quem abandona os seus animais de estimação nem quem os maltrata. Não compreendo o que leva alguém a ter um cão que mantém fechado numa varanda horas a fio, seja verão ou inverno. Não consigo perceber quem abandona os seus amigos felinos, que valorizam tanto o espaço, a casa onde vivem, porque de repente se aperceberam que largam muito pêlo e têm unhas muito afiadas e que nada disso é conveniente numa casa com um sofá tão caro ou com uns cortinados tão bonitos. E também não consigo perceber aquelas pessoas que se insurgem contra quem defende os animais "porque as pessoas são mais importantes e há tantas crianças a passar fome e tantos velhotes abandonados sem ninguém fazer nada". Como é lógico uma coisa não invalida a outra. Quem defende os direitos dos animais não é indiferente ao sofrimento humano, mas o sofrimento humano também não pode ser usado como argumento para não se defender o bem-estar daqueles que não têm voz e que não pediram para ir para casa de alguém que não tem sensibilidade para perceber que um cão ou um gato dá trabalho e requer responsabilidade. Não são bonecos que se podem descartar, deitar fora, à mínima tropelia, não são objectos que possam ser deixados à beira de estrada à sua sorte ou que possam ser atirados para o outro lado de um portão porque já não presta, porque dá muito trabalho, porque vamos de férias e levar o cão ou o gato atrás é uma seca e uma prisão. Alguém que fecha os olhos e é indiferente a tudo isto não pode ser boa pessoa. Não pode. 

Adoptar um animal é um acto de bondade que deve ser encarado com grande responsabilidade e com a consciência de que é para a vida. Mesmo quando fazem cocó em casa, mesmo quando nos roem os sapatos, mesmo quando se zangam e nos dão uma dentada, mesmo quando ficam doentes e precisam de cuidados médicos que só nós lhes podemos providenciar. 

Espero que esta nova lei seja cumprida eficientemente e, também, que não fique por aqui. Espero que seja o início de uma nova era em que o bem-estar dos animais deixe de ser renegado para segundo plano e que quem os mal trata deixe de sair impune e de continuar a ser tratado como um cidadão normal. Porque não é.

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publicado às 11:47

A nova lei do álcool

por Marisa Furtado, em 01.07.15

Entra hoje em vigor a nova lei do álcool, o que significa que os menores de 18 anos estão proibidos de consumir bebidas alcoólicas em espaços públicos. Tenho uma opinião pouco popular em relação a esta lei porque, ao contrário da grande maioria das pessoas, concordo com ela. Acho que o álcool não faz falta a ninguém e que não é nenhum drama esperar até aos 18 anos para se poder beber uma cerveja. Mas onde me quero focar hoje não é na lei per se mas nas reacções que ela provocou. De repente toda a gente se insurgiu contra a nova lei do álcool com tamanho histerismo que parecia que se lhes estava a tirar um bem essencial. E o mais curioso é que grande parte destas reacções não partiram dos tais jovens que a partir de hoje não podem beber uma cerveja – bummer… - mas de adultos, provavelmente pais de miúdos com 15, 16, 17 anos. Que é ridículo, que isto não lembra a ninguém, que era só o que faltava, que é uma injustiça. Mas agora fiquei confusa... estão-lhes a negar o acesso a um copo de whisky ou a um copo de água? É que se for a segunda hipótese acho bem que fiquemos todos assim indignados. Um copo de água não se nega a ninguém! Ah, mas esperem… estamos mesmo a falar de whisky, cerveja, vodka e afins não é? Pois. Então para quê tanto histerismo? Ninguém lhes está a negar bebidas espirituosas para o resto da vida. É só até aos 18, calma. Acham que conseguem aguentar a pressão? Acho impressionante que uma alteração deste género cause tanta celeuma, mas notícias como aquela dos estudantes mortos no Quénia passe em branco e ninguém levante sequer um dedo para se insurgir com isso. Foram duas notícias que vieram a público no mesmo mês, em Abril, e a discrepância de reacções, ou a ausência delas no segundo caso, dá cabo de mim. Se calhar estamos a ficar histéricos com coisas erradas, não?
O que também me mata são os argumentos usados para provar o quão ridícula é esta lei. O mais recorrente é o argumento do casamento: “Se aos 16 anos uma pessoa se pode, por lei, casar, porque é que não há-de poder beber uma cerveja?”. Ora vamos lá ver uma coisa. Sim, ok, a lei diz que aos 16 anos já nos podemos casar. Mas a questão é: será que nos devemos casar aos 16 anos? Hum? Acham que é uma decisão prudente? Acham que é uma coisa que vai correr bem, quando pensam nela assim a longo prazo? Se a vossa filha chegar a casa hoje à noite com um anel pechisbeque no dedo a anunciar aos sete ventos que se vai casar com o Rodrigo do 11.ºE o que é que fazem? Dão-lhe os parabéns e começam a tratar dos convites? Ou passam-se da marmita e põem-na de castigo até fazer 18 anos? Se realmente quiserem discutir o assunto como pessoas adultas podem pegar em argumentos sérios como, por exemplo, esta lei poder levar os jovens a beber em casa e a saírem já bêbados por saberem que se lhes vai ser negado álcool no bar ou na discoteca para onde vão. Isto, a acontecer, é, de facto, um problema. Provavelmente deveria haver uma maior sensibilização dos encarregados de educação para se prevenir este tipo de comportamentos. Já se sabe que os miúdos são muito sensíveis ao peer pressure, que “se vai toda a gente para casa do Manel beber jolas antes de irem para o Urban então eu também vou para não ser gozado pelos outros”. Estas parvoíces fazem parte da idade mas cabe, também, aos pais ajudarem a construir a confiança dos adolescentes imberbes que têm em casa em vez de se demitirem dessa função. Se acham que o assunto é sério e deve ser discutido discutam-no, também, com seriedade. O argumento de se poder casar aos 16 é, no mínimo, ridículo. Contam-se pelos dedos de uma mão, e se calhar nem isso, as pessoas que dizem o sim com essa idade. Às vezes nem com 30, quanto mais com 16. Para além disso, tenho sérias duvidas que se essa lei também fosse alterada para "casamento só depois dos 18", que as mesmas pessoas que a usam como argumento para defender a lei do álcool se indignassem com isso.
Mas também podemos fazer o exercício contrário. Por exemplo, o poder de voto, um dos mais importantes direitos, e deveres, que temos enquanto cidadãos numa sociedade democrática. A lei diz que só se pode votar a partir dos 18 anos. Porquê? Porque, provavelmente, já temos uma maturidade diferente e uma capacidade de decisão maior e mais afinada do quando tínhamos 15 ou 16 anos. Nessas idades a nossa maturidade e personalidade ainda estão em formação. É provável que um jovem com 18 anos se sinta mais seguro de si para não se deixar levar pela vida loca do Bairro Alto e ficar estendido no chão a um canto a vomitar, do que um com 16. Há excepções claro, não nos tornamos pessoas altamente iluminadas aos 18. Na verdade, se analisarmos bem a coisa, continuamos tão estúpidos como quando tínhamos 17, mas acho que as leis devem ser coerentes. Se aos 18 é a idade em que se atribui a responsabilidade de, em conjunto com os restantes cidadãos, ajudar a decidir o futuro de um país, então também deve ser nessa idade que se lhes deve ser dada a responsabilidade de poderem beber álcool, se assim o entenderem. É claro que a lei tem falhas e que, provavelmente, não vai ser possível aplicá-la como deve ser mas isso não deve ser motivo de chacota por parte das pessoas que não concordam com ela. O que, para mim, é motivo de chacota é ver tanta indignação por uma coisa que, a meu ver, não é assim tão fracturante. Há tanta coisa a acontecer à nossa volta com que nos devemos indignar e escolhemos direccionar a nossa frustração para uma lei que proíbe jovens com 16 de beber álcool. A sério? Queremos mesmo ser essas pessoas? Pessoas a morrer em África? Who cares?! Vamos mas é protestar muito e ruidosamente contra o facto dos nossos adolescentes não se poderem embebedar no Lux.

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publicado às 10:14

O pau de selfie

por Marisa Furtado, em 17.06.15

Em 2014 a revista Time nomeou-o uma das 25 invenções mais importantes daquele ano, mas eu acho que é, também, uma enorme fonte de vergonha alheia. Desculpem os donos deste instrumento, mas é a verdade. Não digo que não seja útil, até pode ser, aposto que tirar selfies em grupo tornou-se muito mais simples, mas se já era estranho tirarmos fotos a nós próprios em público – culpada... -, o que dizer sobre este instrumento nada subtil que parece uma cana de pesca? É a forma mais simples de gritar ao mundo “Sim, sou egocêntrico e não quero saber”, sem medos. Mas a verdade é que isto nem é o mais irritante, é apenas uma questão de tempo até nos habituarmos a ver pessoal com o telemóvel espetado num pau, o que dá cabo de mim são as pessoas que não o sabem usar. Ainda não fui pesquisar, mas tenho a certeza que quem inventou isto não tinha por objectivo que todas as fotos publicadas no Instagram ou no Facebok passassem a aparecer com um pau metálico ou colorido na parte inferior da imagem. Certo? Isso é estúpido. Parece-me que a ideia foi criar um instrumento para tirar selfies sem parecer que o fizemos. Que foi outra pessoa a tirar a fotografia, entendem? O problema da selfie, a não ser que tenham uns braços anormalmente grandes, é que só se vê mesmo a nossa cara e, se quisermos mostrar onde estamos, não só temos de fazer um esforço hercúleo para esticar o bracinho o mais que conseguirmos e, ao mesmo tempo, manter as costas direitas e um sorriso natural, como se fica a ver um braço esticado por baixo do queixo. Não é nada sexy e parece-me que só a Kim Kardashian consegue fazê-lo sem recurso a pau de selfie. Portanto, é idiota ter-se reduzido o esforço e a quantidade de braços esticados para dar lugar a um pau a dizer “olá” em cada fotografia publicada nas redes sociais. Nunca manobrei nenhum mas imagino que não seja muito complicado ajeitar a coisa para o objecto não aparecer na fotografia. É possível! Acreditem. Eu já vi e conheço pessoas que o usam e disfarçam bem. Por isso, pessoas que ostentam orgulhosamente um pau de selfie, percam um bocadinho do vosso precioso tempo a ler o livro de instruções ou a estudar os melhores ângulos para o raio do cabo não aparecer. Porque, no fim de contas, uma selfie é só sobre vocês, são vocês as estrelas, com o melhor sorriso, o melhor cabelo e o olhar mais sedutor, mesmo que leve 48 fotografias a conseguir. Não estraguem tudo com um pau metálico a surgir ao nível da barriga.

 

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publicado às 13:00

#onrepeat | Girls OST

por Marisa Furtado, em 14.05.15

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Comecei a acompanhar a série Girls assim que estreou, em 2012, mas, ainda não percebi muito bem porquê, fiquei-me só pela primeira temporada. Porém, três anos depois tudo mudou. Quando vi o livro da Lena Dunham à venda em Portugal fui a correr comprá-lo e acabei por (re)descobrir uma coisa da qual já me tinha esquecido: esta miúda é mesmo brilhante. Mesmo! E assim, num ápice, tornou-se no meu novo girl crush - o último foi a Taylor Swift. Não me julguem, ok? Ela é gira e tem imensa pinta e já ninguém se lembra do quão azeiteira era nos primeiros álbuns.
O livro reencaminhou-me para a série que, nas últimas semanas, tem sido o meu vício. Todas as noites vejo, pelo menos, um episódio e tenho de me controlar para não ficar ali até de madrugada. Já vou na 4.ª temporada e estou a contar os dias para a estreia da 5.ª. Não há como não gostar disto! A história é muito divertida, adoro o ritmo dos episódios e a forma brilhante como está escrita, e é talvez das séries mais inteligentes que vi nos últimos tempos. É fresca e audaz e a criadora/produtora/protagonista, Lena Dunham, é uma das pessoas mais criativas e ground breaking da cultura pop americana do século XXI. Está a fazer um trabalho magnífico, e magnânimo, para mudar os padrões da beleza feminina, a forma como as mulheres se vêem a elas próprias e quão confortáveis se podem sentir na sua própria pele. 
Bom, tudo isto para dizer que, para além de estar viciada na série, estou também a ouvir em loop a banda sonora. Oh. Meu. Deus. que fonte tão boa de novas músicas! É raro não parar os episódios uma ou duas vezes para descobrir que música é que se está a ouvir em pano de fundo.
Estas são algumas das que me têm feito companhia nos últimos dias:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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publicado às 14:39

E que tal abolir a ideia de "ajudar"?

por Marisa Furtado, em 27.04.15

Hoje a Comunicação Social noticia um estudo levado a cabo pela ONU que conclui, entre outras coisas, que as mulheres trabalham quatro vezes mais que os homens em trabalho doméstico não remunerado. Estão a ver o filme não é? Aspirar, lavar a loiça, limpar o pó, sacudir os tapetes. Sinceramente, não é uma coisa que me choque tendo em conta que grande parte dos homens que conheço - tenham eles 60 ou 25 anos - quando começam a ouvir as respectivas queixarem-se que fazem tudo sozinhas lá em casa - mas que também fazem muito pouco para mudar isso... - dizem, inchados de orgulho, qual pavão a mostrar as cores fabulosas das suas penas: "não é bem assim! Eu também ajudo."

Pausa para respirar fundo.

Vamos lá ver uma coisa meus amores: a ideia aqui não é ajudar! É partilhar. Vocês não vivem num hotel com uma governanta que, volta e meia, ajudam. "Deixa-me cá lavar esta chávena que ela hoje tem muita coisa para fazer". Se vivem os dois na mesma casa, se sujam e desarrumam os dois o espaço que partilham, é ÓBVIO que são os dois que têm de unir forças para limpar a casa.
Mas o mais grave no meio disto tudo é que há mulheres que seguem o mesmo raciocínio. "Ele ontem ajudou-me a limpar a casa!" Errado. Quando oiço amigas minhas proferirem tal monstruosidade começa-me logo a sair fumo das orelhas. Parem de compactuar com essa ideia! Em casa ninguém ajuda ninguém. Tudo se partilha. Um casal deve ser, acima de tudo, uma equipa. Tanto dentro de quatro paredes, como na vida fora delas. 
Agora que penso nisso, provavelmente a única coisa necessária para alterar os números de estudos como este é abolir a ideia de "ajudar" a substituí-la por "partilhar". Ah, e já agora, abolíamos também as etiquetas de certas e determinadas cuecas que mandam as mães lavá-las à mão. Não, não tem graça. É só estúpido.

 

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publicado às 12:18

Li no site do Público que está a ser posta em cima da mesa uma proposta de lei que prevê a possibilidade de as mulheres que trabalham na função pública e que têm filhos ou netos com menos de 12 anos possam optar por trabalhar apenas meio dia, abdicando de 40% do ordenado. 
Acho que esta ideia é de louvar, se bem que receber menos 40% do ordenado ao fim do mês é, para muita gente, insustentável, porém não consigo evitar a indignação com duas coisas muito simples que se calhar para muita gente são pormenores mas para mim é um sinal de alerta brutal: porque é que esta lei está a ser pensada apenas para as mulheres? E porque é que é só para as que trabalham na função pública? Os homens também não têm direito a passar tempo com os filhos/netos? Continuam a ser vistos como personagens secundárias nisto da parentalidade, é? Só estão cá para ajudar, é isso? Porque "mãe é mãe", essa expressão completamente vazia que tanta gente gosta de apregoar. Mãe é mãe e pai é pai. Têm os dois a mesma importância e responsabilidade naquilo que é educar, proteger e amar uma criança.
E quem trabalha no privado? Tem menos necessidade de passar tempo de qualidade com as suas crianças? São só os funcionários públicos que têm, quase sempre, horário certinho de entrada e de saída que podem optar por trabalhar menos horas? E os do privado que, muitas vezes, entram às 9h mas não sabem a que horas saem, não merecem, também, ter a opção e o direito de trabalharem menos umas horas para estarem com os filhos/netos?
Actualmente muitos pais - homens e mulheres - sentem-se quase culpados por pedirem ao chefe para, 'por favor', poderem sair mais cedo ou faltarem um ou dois dias porque o filho está doente, ou teve um problema na escola ou, simplesmente, porque já não vê o pai ou a mãe há não sei quantos dias, fruto dos horários absurdos que se praticam em muitas empresas, na sua maioria privadas, claro. É, por isso, urgente, que a hipótese de uma lei destas seja discutida mas, de preferência, para abranger toda a gente, e não só alguns. Caso contrário, uma coisa que começa por ser uma boa ideia passa, muito rapidamente, a ser uma injustiça.

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publicado às 13:56

Bonita ou comum?

por Marisa Furtado, em 08.04.15

Se tivessem de escolher entre duas portas, uma que diz 'bonita' e outra 'comum', por qual entrariam? Foi este o desafio que a Dove colocou a várias mulheres em Shangai, São Francisco, São Paulo, Londres e Nova Deli. Apesar de muitas escolherem, sem hesitar, a porta 'comum' outras há que escolheram a 'bonita', não só por se acharem condignas de por ali passarem mas também como forma de statement. Estão a dizer ao mundo que sim, elas são bonitas. Ponto. Já viram o quão importante isto é? Todos os dias as mulheres são obrigadas a fazer escolhas, umas mais fáceis que outras, em relação ao trabalho, à família e sentirem-se bonitas também devia ser uma dessas escolhas. O objectivo desta experiência é levar as mulheres a aceitarem a sua beleza, não só para elas próprias mas para o mundo.
Quando comecei a ver o vídeo pensei que se fosse eu entraria pela que diz 'bonita', mas logo a seguir voltei atrás. Porquê? Por vergonha de parecer pretensiosa. Já viram o quão parvo isto é? Por medo do julgamento de terceiros, ou de estar a ofender alguém com a minha bold choice. Porque a verdade é essa. Se entrarmos pela 'comum' quem está do outro lado é bem capaz de soltar um piedoso "Oh, coitada. Ainda por cima é tão gira!", mas se mostrarmos um bocadinho de confiança somos logo olhadas de lado, como se fosse uma atitude estranhíssima e condenável, especialmente - e infelizmente - por outras mulheres. Às vezes parece que só a falsa modéstia é vista com bons olhos.
Durante alguns anos, naquela fase deprimente que é a adolescência, não tinha confiança em mim. Estava constantemente a comparar-me com as minhas colegas que eram sempre as mais giras, as mais altas, as que tinham as melhores roupas, os cabelos mais bonitos e brilhantes, eram as mais populares, and so on. É mesmo verdade que a idade traz sabedoria, valha-nos isso! Com os anos essa fase de patinho feio foi desaparecendo até chegar onde estou hoje. Tenho plena consciência dos meus defeitos e das minhas qualidades e overall até acho que sou uma pessoa interessante, com coisas para dizer que valem a pena ser ouvidas, e, na maior parte dos dias, gosto da imagem que o espelho me devolve. É claro que tudo isto é um work in progress. Há dias em que parece que está tudo contra mim: nada me fica bem, de repente todas as peças de roupa que tenho no armário são horrorosas, as olheiras não desaparecem independentemente das camadas de corrector que lhes ponha, o cabelo parece sem vida e cheio de jeitos estranhos... creio que toda a gente tem dias destes. Mas lá está, o importante é conseguir fazer uma pausa no meio destas neuras e ver as coisas com clareza. Por isso, hell no. Entraria pela que diz 'bonita', sim senhora. Porque apesar de não ser perfeita - alguém é? - gosto de mim e isso já faz de mim uma pessoa bonita. Feio é ter vergonha de o admitir. Choose beautiful.

 

 

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publicado às 10:31

Ai que nojo, uma mama!

por Marisa Furtado, em 01.04.15

Quando li este texto na New In Town alguma coisa em mim começou a fervilhar de irritação. Não por ser uma dessas que se "exibem" nos balneários, que eu nem frequento ginásios, mas porque a) a autora em questão tem sempre opiniões muito vincadas sobre tudo e mais um par de botas mas, depois, aquilo muito bem espremido dá zero e b) pela presunção e água benta da mesma. "Ai, porque é uma chatice uma pessoa ir ao ginásio e depois ter de ver pipis e mamas no balneário. Tapem-se senhoras! Tapem-se! Que pouca vergonha, que falta de chá." Mas o que é isto? E o que mais me impressionou foi uma data de gente concordar com esta monstruosidade.
Vamos cá ver uma coisa: um balneário serve para tomar banho não é? E uma pessoa depois do banho tem de se limpar, por o seu creme hidratante com toda a calma, vestir-se. Portanto, é normal haver nudez nos balneários. O que não é normal é alguém achar que pessoas nuas num sítio destes é assim uma coisa do outro mundo. O que não é normal é esta pessoa afirmar em praça pública que as mulheres que se exibem desta forma têm uma grandessíssima falta de decoro e que, como li algures na página do Facebook, deviam usar os compartimentos fechados onde tomam banho para fazerem tudo o resto. Isto para mim, que sou uma pessoa ansiosa e com alguma dificuldade em estar fechada em sítios apertados durante muito tempo, já me deixa cheia de calores. Como é que uma pessoa se seca, besunta com creme e veste no cubículo onde esteve a tomar duche que, provavelmente, está a escorrer água por todo o lado e super quente? Isto é a receita para um ataque de pânico. Dos grandes.
"Ora, existe um número limitado de pipis que uma pessoa pode/quer ver durante a sua vida," Li o texto duas vezes, porque achei que da primeira não tinha percebido bem a mensagem, e das duas vezes parei nesta frase tão poética que até faz festinhas na orelha. O que é que isto significa ao certo " existe um número limitado de pipis que uma pessoa pode/quer ver durante a sua vida,"? Que só podemos ver 5 pipis ao longo da vida e se virmos o 6.º ficamos com danos irreversíveis ao nível ocular? E que sentido é que faz o verbo 'querer' nesta frase? Sei que não estou em posição de afirmar o que é ou não normal mas... é normal uma mulher querer ver um certo número de pipis ao longo da vida? É que eu não tenho particular vontade de ver mais nenhum. Pronto, se um dia tiver uma filha vejo o dela, que remédio, mas isso não depende dos meus quereres é a própria vida que mo está a pôr à frente dos olhos e eu tenho de lidar com isso.
"Ora, eu sinto-me no direito de escolher os pipis que quero ver!" Mais uma vez... WHAT?!?! Mas isto escolhe-se? Como? "Olhe, desculpe, mas importa-se de fechar as pernas? É que eu não quero ver o seu pipi peludo de 74 anos, prefiro ver o daquela menina ali ao fundo com depilação integral e uma tatuagem muito engraçada ali de lado". É isto? A mim parece-me é que não são as senhoras que mostram mamas e pipis nos balneários que estão mal. É mesmo esta alminha que precisa, urgentemente, de sair da zona de conforto e aceitar as coisas como elas são: nos balneários há nudez. E estranho é haver uma mulher que se sente ofendida ou incomodada com a nudez de outras mulheres num espaço onde é expectável haver corpos nus. Se há mulheres que se "passeiam" ou "exibem" nos balneários é porque se sentem confortáveis com o seu corpo e isso é de louvar. Por cada mulher que gosta do seu corpo há 10 que se martirizam porque têm gorduras a mais, mamas a menos, estrias que não tinham há três anos e que, provavelmente, se escondem naqueles compartimentos que existem nos balneários para não terem de mostrar os corpos imperfeitos a pessoas mesquinhas como a Srª Mó da Silva.
"Parecendo que não, a imposição visual de pipis alheios é uma coisa que, para além de muito desagradável (...), não é isenta de deixar mossa no intelecto de cada uma de nós". Moça, a mossa já aí está e é bem visível a cada nova crónica de costumes, mas duvido que seja por ter tropeçado nos pipis das senhoras que têm a infelicidade de partilhar um balneário consigo. Faça assim, se lhe faz impressão vá tomar banho a casa. Certamente aí conseguirá ver preenchida a quota de pipis que quer ver ao longo da vida. Ou não, que eu continuo sem perceber aquela frase, caramba!
É como diz, e bem, a Sílvia Baptista: "A seguir acabamos com o quê? Pêlos? Só entram mulheres com depilação brasileira? E depois? Acabamos com as gordas? Que nojo, pessoas gordas, era matá-las a todas! E assim vamos, cantando e rindo, armadas em engraçadinhas enquanto damos tiros no pé. A seguir acaba-se com as feias, as burras, as que se vestem mal, as porcas, enfim. Cuidado. Quando chegar a vez das estúpidas, protejam-se…"

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O que os homens que educam raparigas precisam saber

por Marisa Furtado, em 30.03.15

Há uns anos soube que queria ser mãe. Acho que foi uma coisa que aconteceu assim de repente, num dia não pensava nisso e, sem que nada o fizesse prever, no dia seguinte comecei a maturar a ideia - será que é isto o relógio biológico? - Quero ter a oportunidade e o privilégio de educar alguém com os valores que acredito serem os correctos. É um desafio, provavelmente muitas vezes mal sucedido, mas acima de tudo um privilégio. Com o passar do tempo comecei a desenvolver um interesse crescente pelas questões da parentalidade - e não usei a palavra 'maternidade' de propósito -, desde a amamentação, esse assunto tão polémico!, a questões comportamentais dos miúdos - as birras, as noites a caminho da cama dos pais, a escola, as dificuldades de aprendizagem, etc. Numa das minhas leituras acabei por ir dar a este post interessantíssimo; um texto escrito por uma rapariga de 23 anos sobre as 25 coisas que os pais devem fazer quanto têm uma filha. E quando digo pais refiro-me exclusivamente aos homens. Estas são algumas coisas que ela menciona no artigo:

- Não influencies nem assumas quais são os gostos dela só porque é uma rapariga. Não lhe mostres apenas flores e bonecas. Dá-lhe a conhecer também carros e Legos.
- Trata a mãe dela como igual e não como se fosse inferior a ti. Quando crescer vai querer que a tratem da mesma maneira.
- Mostra-lhe o teu lado sensível. Assim vai perceber que também pode sê-lo sem ver isso como uma fraqueza.
- Faz um esforço para entenderes os interesses dela. Vais ensiná-la que, sejam eles quais forem, são interessantes e têm valor.
- Se não o dirias a um filho, não o digas à tua filha.
- Não fales das mudanças que se passam no corpo dela como se fossem coisas estranhas. Isso só fará com que ela sinta vergonha do próprio corpo.
- Não objectifiques o corpo das outras mulheres nem faças comentários degradantes acerca disso. Ela ouve o que dizes e vai, certamente, olhar para ela à luz desses comentários.
- Não fales apenas de homens importantes, fala também de mulheres fortes e com papeis importantes na sociedade. Ela vai crescer sabendo que isso é a regra, e não a excepção, e que tem essa oportunidade.
- Ensina-a que ela é a única pessoa que decide o que acontece com o corpo dela

 

Este artigo fascinou-me porque, apesar de falar de coisas que, idealmente, fariam parte do senso comum de qualquer pai, toca também num ponto crucial e que, provavelmente, as pessoas não entendem ou não valorizam: a forma como os pais/homens educam as filhas e a forma como se comportam pode mudar o mundo para as mulheres. Não só para aquela que estão a ver crescer mas para todas as outras que se vão cruzar na vida dela e que ela própria, um dia, pode vir a educar. Depende muito deles, dos pais, dos homens que as educam, a forma como elas se vêem a elas próprias e como interpretam o que as rodeia. Parem de dizer aquela parvoíce "assim que ela me aparecer com um rapaz em casa recebo-o com uma espingarda". Não. Errado.  Se não confiam no julgamento que ela faz das pessoas, então alguma coisa falhou na educação que lhe deram. Se derem o exemplo não têm nada a temer. Se tratarem as mulheres, especialmente a mãe dela, com respeito, se forem carinhosos e elogiarem frequentemente não só a mãe mas a própria filha, se derem o exemplo, elas vão querer alguém igual ou melhor. Mas se, por acaso, ela se enganar esqueçam a espingarda. Basta estarem lá para ela quando as coisas correrem mal. Não só é mais realista como é bastante mais útil. E se tiverem  dificuldades em conter-se nesses comentários sexistas sigam-se por aquela simples regra: se não o diriam a um rapaz, não o digam a uma rapariga. Usando novamente o mesmo exemplo, nunca ouvi um pai de um rapaz dizer "assim que ele me aparecer com uma miúda cá em casa recebo-a com uma espingarda". Nunca. Provavelmente escolhem outro tipo de comentários idiotas e igualmente sexistas. Portanto, se não o diriam aos filhos, não o digam às filhas e vice-versa. É um óptimo primeiro passo para educar aquela pessoa para a igualdade. Os pais - e agora por 'pais' refiro-me aos dois, ao pai e à mãe - não são a única influência na vida dos filhos e é por isso que têm de ser a melhor. 

 

 

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