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E que tal abolir a ideia de "ajudar"?

por Marisa Furtado, em 27.04.15

Hoje a Comunicação Social noticia um estudo levado a cabo pela ONU que conclui, entre outras coisas, que as mulheres trabalham quatro vezes mais que os homens em trabalho doméstico não remunerado. Estão a ver o filme não é? Aspirar, lavar a loiça, limpar o pó, sacudir os tapetes. Sinceramente, não é uma coisa que me choque tendo em conta que grande parte dos homens que conheço - tenham eles 60 ou 25 anos - quando começam a ouvir as respectivas queixarem-se que fazem tudo sozinhas lá em casa - mas que também fazem muito pouco para mudar isso... - dizem, inchados de orgulho, qual pavão a mostrar as cores fabulosas das suas penas: "não é bem assim! Eu também ajudo."

Pausa para respirar fundo.

Vamos lá ver uma coisa meus amores: a ideia aqui não é ajudar! É partilhar. Vocês não vivem num hotel com uma governanta que, volta e meia, ajudam. "Deixa-me cá lavar esta chávena que ela hoje tem muita coisa para fazer". Se vivem os dois na mesma casa, se sujam e desarrumam os dois o espaço que partilham, é ÓBVIO que são os dois que têm de unir forças para limpar a casa.
Mas o mais grave no meio disto tudo é que há mulheres que seguem o mesmo raciocínio. "Ele ontem ajudou-me a limpar a casa!" Errado. Quando oiço amigas minhas proferirem tal monstruosidade começa-me logo a sair fumo das orelhas. Parem de compactuar com essa ideia! Em casa ninguém ajuda ninguém. Tudo se partilha. Um casal deve ser, acima de tudo, uma equipa. Tanto dentro de quatro paredes, como na vida fora delas. 
Agora que penso nisso, provavelmente a única coisa necessária para alterar os números de estudos como este é abolir a ideia de "ajudar" a substituí-la por "partilhar". Ah, e já agora, abolíamos também as etiquetas de certas e determinadas cuecas que mandam as mães lavá-las à mão. Não, não tem graça. É só estúpido.

 

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publicado às 12:18

Insta outfit

por Marisa Furtado, em 23.04.15

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Minimal, numa tentativa de ter dias mais zen. Resultou, relativizei muito mais que o costume =)

 

Camisola - Stradivarius
Calças - Stradivarius
Ténis - Adidas Superstar
Relógio - Parfois
Pulseiras - Parfois, Stradivarius e ASOS

 

 

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publicado às 09:56

Li no site do Público que está a ser posta em cima da mesa uma proposta de lei que prevê a possibilidade de as mulheres que trabalham na função pública e que têm filhos ou netos com menos de 12 anos possam optar por trabalhar apenas meio dia, abdicando de 40% do ordenado. 
Acho que esta ideia é de louvar, se bem que receber menos 40% do ordenado ao fim do mês é, para muita gente, insustentável, porém não consigo evitar a indignação com duas coisas muito simples que se calhar para muita gente são pormenores mas para mim é um sinal de alerta brutal: porque é que esta lei está a ser pensada apenas para as mulheres? E porque é que é só para as que trabalham na função pública? Os homens também não têm direito a passar tempo com os filhos/netos? Continuam a ser vistos como personagens secundárias nisto da parentalidade, é? Só estão cá para ajudar, é isso? Porque "mãe é mãe", essa expressão completamente vazia que tanta gente gosta de apregoar. Mãe é mãe e pai é pai. Têm os dois a mesma importância e responsabilidade naquilo que é educar, proteger e amar uma criança.
E quem trabalha no privado? Tem menos necessidade de passar tempo de qualidade com as suas crianças? São só os funcionários públicos que têm, quase sempre, horário certinho de entrada e de saída que podem optar por trabalhar menos horas? E os do privado que, muitas vezes, entram às 9h mas não sabem a que horas saem, não merecem, também, ter a opção e o direito de trabalharem menos umas horas para estarem com os filhos/netos?
Actualmente muitos pais - homens e mulheres - sentem-se quase culpados por pedirem ao chefe para, 'por favor', poderem sair mais cedo ou faltarem um ou dois dias porque o filho está doente, ou teve um problema na escola ou, simplesmente, porque já não vê o pai ou a mãe há não sei quantos dias, fruto dos horários absurdos que se praticam em muitas empresas, na sua maioria privadas, claro. É, por isso, urgente, que a hipótese de uma lei destas seja discutida mas, de preferência, para abranger toda a gente, e não só alguns. Caso contrário, uma coisa que começa por ser uma boa ideia passa, muito rapidamente, a ser uma injustiça.

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publicado às 13:56

#onrepeat | FKA Twigs - Two weeks

por Marisa Furtado, em 14.04.15

Ontem no início daquela que foi uma valente noite de insónias descobri a FKA Twigs, que não é propriamente uma novidade visto que já anda nestas andanças desde 2012. Não a conhecia e, primeiro, fiquei embasbacada com os vídeos, todos eles muito artísticos e brutalmente originais – o da Water Me é surreal –, depois foi a música que começou a crescer em mim. Esta Two Weeks não me sai da cabeça desde ontem e culpo-a um bocadinho pelas malditas insónias. O som dela é uma mistura de alternativo, com soul e R&B e aquela voz sussurrada faz-me lembrar a Aaliyah, embora a Twigs tenha um alcance vocal superior.  
As músicas dela são muito eróticas, sexuais e explícitas e isso sente-se não só nas letras mas no instrumental também. É tudo muito lento e lânguido e hipnotizante. Acho que é uma lufada de ar fresco no R&B, não só por ter esta sonoridade tão particular mas por ser uma mulher a cantar, e que bem!, sobre sexo de uma forma crua mas sem ser brejeira. Acho que é essa a diferença entre as Twigs e as Nicky Minajes desta vida.

 

 

 

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publicado às 11:44

Ter um gato também é isto #6

por Marisa Furtado, em 09.04.15

Como lá em casa as janelas que estão ao nível rasteirinho do gato são de vidro fosco todas as manhãs, antes de sair de casa, coloco a cadeira do nosso quarto em frente à janela para o sr. Kubrick se conseguir empoleirar e, com todo o conforto, ver o que se passa do outro lado. Adora! Sempre que me ouve a mexer na cadeira lá vem ele a correr com a cauda para cima, todo confiante, para olhar para a rua e ver o que andam a fazer os seus amigos pombos – é obcecado por pombos.
Ontem quando saí de casa deixei-o lá e quando cheguei à rua olhei para cima e lá estava ele… a olhar para nós!* Partiu-me o coração ir trabalhar e deixá-lo ali, sozinho no terceiro andar, a ver-nos ir embora. Se já fico toda piegas com o gato nem quero imaginar quando for mãe e tiver de deixar a minha cria na escola pela primeira vez. Dra-ma!

 

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Gato mimado à janela.

 

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Gato de olhos arregalados a olhar para um pombo acabadinho de pousar no parapeito da janela da sala.

 


 *Agora que penso melhor, e tendo em conta o feitio do sr. gato em causa, aposto que estava a pensar qualquer coisa do género: irra, estava a ver que não. Alone, at last! Partei!!!

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publicado às 10:52

Bonita ou comum?

por Marisa Furtado, em 08.04.15

Se tivessem de escolher entre duas portas, uma que diz 'bonita' e outra 'comum', por qual entrariam? Foi este o desafio que a Dove colocou a várias mulheres em Shangai, São Francisco, São Paulo, Londres e Nova Deli. Apesar de muitas escolherem, sem hesitar, a porta 'comum' outras há que escolheram a 'bonita', não só por se acharem condignas de por ali passarem mas também como forma de statement. Estão a dizer ao mundo que sim, elas são bonitas. Ponto. Já viram o quão importante isto é? Todos os dias as mulheres são obrigadas a fazer escolhas, umas mais fáceis que outras, em relação ao trabalho, à família e sentirem-se bonitas também devia ser uma dessas escolhas. O objectivo desta experiência é levar as mulheres a aceitarem a sua beleza, não só para elas próprias mas para o mundo.
Quando comecei a ver o vídeo pensei que se fosse eu entraria pela que diz 'bonita', mas logo a seguir voltei atrás. Porquê? Por vergonha de parecer pretensiosa. Já viram o quão parvo isto é? Por medo do julgamento de terceiros, ou de estar a ofender alguém com a minha bold choice. Porque a verdade é essa. Se entrarmos pela 'comum' quem está do outro lado é bem capaz de soltar um piedoso "Oh, coitada. Ainda por cima é tão gira!", mas se mostrarmos um bocadinho de confiança somos logo olhadas de lado, como se fosse uma atitude estranhíssima e condenável, especialmente - e infelizmente - por outras mulheres. Às vezes parece que só a falsa modéstia é vista com bons olhos.
Durante alguns anos, naquela fase deprimente que é a adolescência, não tinha confiança em mim. Estava constantemente a comparar-me com as minhas colegas que eram sempre as mais giras, as mais altas, as que tinham as melhores roupas, os cabelos mais bonitos e brilhantes, eram as mais populares, and so on. É mesmo verdade que a idade traz sabedoria, valha-nos isso! Com os anos essa fase de patinho feio foi desaparecendo até chegar onde estou hoje. Tenho plena consciência dos meus defeitos e das minhas qualidades e overall até acho que sou uma pessoa interessante, com coisas para dizer que valem a pena ser ouvidas, e, na maior parte dos dias, gosto da imagem que o espelho me devolve. É claro que tudo isto é um work in progress. Há dias em que parece que está tudo contra mim: nada me fica bem, de repente todas as peças de roupa que tenho no armário são horrorosas, as olheiras não desaparecem independentemente das camadas de corrector que lhes ponha, o cabelo parece sem vida e cheio de jeitos estranhos... creio que toda a gente tem dias destes. Mas lá está, o importante é conseguir fazer uma pausa no meio destas neuras e ver as coisas com clareza. Por isso, hell no. Entraria pela que diz 'bonita', sim senhora. Porque apesar de não ser perfeita - alguém é? - gosto de mim e isso já faz de mim uma pessoa bonita. Feio é ter vergonha de o admitir. Choose beautiful.

 

 

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publicado às 10:31

Ai que nojo, uma mama!

por Marisa Furtado, em 01.04.15

Quando li este texto na New In Town alguma coisa em mim começou a fervilhar de irritação. Não por ser uma dessas que se "exibem" nos balneários, que eu nem frequento ginásios, mas porque a) a autora em questão tem sempre opiniões muito vincadas sobre tudo e mais um par de botas mas, depois, aquilo muito bem espremido dá zero e b) pela presunção e água benta da mesma. "Ai, porque é uma chatice uma pessoa ir ao ginásio e depois ter de ver pipis e mamas no balneário. Tapem-se senhoras! Tapem-se! Que pouca vergonha, que falta de chá." Mas o que é isto? E o que mais me impressionou foi uma data de gente concordar com esta monstruosidade.
Vamos cá ver uma coisa: um balneário serve para tomar banho não é? E uma pessoa depois do banho tem de se limpar, por o seu creme hidratante com toda a calma, vestir-se. Portanto, é normal haver nudez nos balneários. O que não é normal é alguém achar que pessoas nuas num sítio destes é assim uma coisa do outro mundo. O que não é normal é esta pessoa afirmar em praça pública que as mulheres que se exibem desta forma têm uma grandessíssima falta de decoro e que, como li algures na página do Facebook, deviam usar os compartimentos fechados onde tomam banho para fazerem tudo o resto. Isto para mim, que sou uma pessoa ansiosa e com alguma dificuldade em estar fechada em sítios apertados durante muito tempo, já me deixa cheia de calores. Como é que uma pessoa se seca, besunta com creme e veste no cubículo onde esteve a tomar duche que, provavelmente, está a escorrer água por todo o lado e super quente? Isto é a receita para um ataque de pânico. Dos grandes.
"Ora, existe um número limitado de pipis que uma pessoa pode/quer ver durante a sua vida," Li o texto duas vezes, porque achei que da primeira não tinha percebido bem a mensagem, e das duas vezes parei nesta frase tão poética que até faz festinhas na orelha. O que é que isto significa ao certo " existe um número limitado de pipis que uma pessoa pode/quer ver durante a sua vida,"? Que só podemos ver 5 pipis ao longo da vida e se virmos o 6.º ficamos com danos irreversíveis ao nível ocular? E que sentido é que faz o verbo 'querer' nesta frase? Sei que não estou em posição de afirmar o que é ou não normal mas... é normal uma mulher querer ver um certo número de pipis ao longo da vida? É que eu não tenho particular vontade de ver mais nenhum. Pronto, se um dia tiver uma filha vejo o dela, que remédio, mas isso não depende dos meus quereres é a própria vida que mo está a pôr à frente dos olhos e eu tenho de lidar com isso.
"Ora, eu sinto-me no direito de escolher os pipis que quero ver!" Mais uma vez... WHAT?!?! Mas isto escolhe-se? Como? "Olhe, desculpe, mas importa-se de fechar as pernas? É que eu não quero ver o seu pipi peludo de 74 anos, prefiro ver o daquela menina ali ao fundo com depilação integral e uma tatuagem muito engraçada ali de lado". É isto? A mim parece-me é que não são as senhoras que mostram mamas e pipis nos balneários que estão mal. É mesmo esta alminha que precisa, urgentemente, de sair da zona de conforto e aceitar as coisas como elas são: nos balneários há nudez. E estranho é haver uma mulher que se sente ofendida ou incomodada com a nudez de outras mulheres num espaço onde é expectável haver corpos nus. Se há mulheres que se "passeiam" ou "exibem" nos balneários é porque se sentem confortáveis com o seu corpo e isso é de louvar. Por cada mulher que gosta do seu corpo há 10 que se martirizam porque têm gorduras a mais, mamas a menos, estrias que não tinham há três anos e que, provavelmente, se escondem naqueles compartimentos que existem nos balneários para não terem de mostrar os corpos imperfeitos a pessoas mesquinhas como a Srª Mó da Silva.
"Parecendo que não, a imposição visual de pipis alheios é uma coisa que, para além de muito desagradável (...), não é isenta de deixar mossa no intelecto de cada uma de nós". Moça, a mossa já aí está e é bem visível a cada nova crónica de costumes, mas duvido que seja por ter tropeçado nos pipis das senhoras que têm a infelicidade de partilhar um balneário consigo. Faça assim, se lhe faz impressão vá tomar banho a casa. Certamente aí conseguirá ver preenchida a quota de pipis que quer ver ao longo da vida. Ou não, que eu continuo sem perceber aquela frase, caramba!
É como diz, e bem, a Sílvia Baptista: "A seguir acabamos com o quê? Pêlos? Só entram mulheres com depilação brasileira? E depois? Acabamos com as gordas? Que nojo, pessoas gordas, era matá-las a todas! E assim vamos, cantando e rindo, armadas em engraçadinhas enquanto damos tiros no pé. A seguir acaba-se com as feias, as burras, as que se vestem mal, as porcas, enfim. Cuidado. Quando chegar a vez das estúpidas, protejam-se…"

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publicado às 15:40


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