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#onrepeat | Tiago Bettencourt - Morena

por Marisa Furtado, em 27.06.14





Confesso que tenho um fraquinho pelo Tiago Bettencourt. Não por achar que é um pedaço de mau caminho, que não é, mas é aquela voz rouca que eu adoro e nunca me sai da cabeça. Não há nada que soe mal numa voz destas. E depois há as letras que são sempre perfeitas, mesmo quando tenta encaixar Os Maias numa música de 4 minutos. Nunca o vi ao vivo e quando soube que ia ao Optimus Alive precisamente no dia que já está esgotado ia-me dando uma síncope. Terá de ficar para outra altura. Agora que lançou o novo álbum - Do Princípio, de onde saiu esta música - de certeza que vai andar em tour por esse país fora e oportunidades para o ouvir não faltarão.

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publicado às 11:42

"Estás tão magra!!!"

por Marisa Furtado, em 26.06.14

Afinal gostar de telemóveis não é o único problema que tenho na vida. Tenho mais dois: sou branca e magra. Quem diria que estas duas coisas se fossem transformar em dramas. Para os outros, claro, que eu vivo bem com as duas. Sobre o drama de ser branquinha já falei, por alto, aqui. Uma das coisas que mais oiço o ano inteiro é "que horror estás tão branca/pálida! Estás doente?!" Não acham que é a frase mais simpática e fofinha de sempre? Eu a-do-ro! A outra exclamação que me está sempre a entrar pelos ouvidos é "estás tão magra!! Deves ter anemia."


...


Ora bem, vamos lá ver se nos entendemos. Eu não estou branca nem estou magra. Eu sou branca e magra. Ponto. E não é por me besuntar em pó de arroz translúcido todas as manhãs ou por fazer dietas malucas e ser esquisitinha com a comida. Sou loira e sempre tive uma tez branquinha, por isso não sei qual é o choque com o meu tom de pele, como se fosse uma coisa nunca antes vista. Estranho seria se tivesse cabelo loiro e o tom de pele de um marroquino. No verão este comentário torna-se especialmente insuportável. Como não vou à praia com muita frequência - gosto mais da praia de Monte Gordo, onde vou todos os verões uma ou duas semaninhas. Está sempre calor e a água não é fria. Já as de Lisboa e arredores são insuportáveis. Ou está demasiado vento, ou está frio, ou está bandeira vermelha e ninguém se consegue enfiar na água, ou o mar está gelado e eu detesto água fria - apesar de me ir bronzeando nunca fico castanha, como a maior parte das pessoas que conheço. Logo, estou mais branca que o resto do mundo, logo estou doente com uma valente anemia. Será que essas pessoas também iam gostar de estar sempre a ouvir coisas do género "que horror!! Estás tão bronzeada! Olha que o sol faz mal à pele. Devias ir ao médico que de certeza que já tens aí um cancro qualquer." Não era bonito pois não? Era incómodo para quem ouvisse e exagerado e inapropriado da minha parte fazer esse tipo de comentários. Mas o contrário já pode ser, não é? Pele branca = anemia/outra doença qualquer = escândalo. Certo.


Com o peso a tendência para os comentários exagerados e desajustados é a mesma. Desde que me lembro que sou magra. Não magra esquelética mas... magra. Normal. Só fui rechonchuda quando era bebé mas depois fui emagrecendo e, há pelo menos 10 anos, que o meu peso só oscila 1 ou 2kg. Não por eu fazer alguma coisa por isso, simplesmente é assim que as coisas são! Tenho um peso normal para a minha altura e os médicos nunca me disseram que tinha de engordar, não faço dietas nem deixo de comer determinadas coisas por, supostamente, engordarem, muito pelo contrário, como tudo o que me apetece sem pensar no assunto. Mas, aparentemente, o que faz confusão às pessoas é o facto de eu não comer até rebentar. Como de quase tudo mas em quantidades moderadas. Detesto aquela sensação de acabar de comer e sentir-me a abarrotar e mal me conseguir mexer. Como tenho um estômago muito frágil que faz com que, à mínima, fique logo enjoada e com gastrites prefiro comer até me sentir satisfeita. Mas aparentemente não é assim que as pessoas normais comem. O ideal é encher o prato de comida, devorar aquilo tudo sem pestanejar e se depois não se conseguirem levantar da cadeira, azar. Tomam um Eno e a coisa passa. 


Tenho uma amiga, a Rita, que me acompanha desde os 6 anos. Quando éramos pequenas íamos de férias juntas todos os verões e passávamos a vida em casa uma da outra. A Rita era um bom garfo o que significa que o discurso à mesa era sempre: "A Rita é que come como deve ser", "A Rita não é esquisita com a comida, como tu!", "Até dá gosto ver a Rita comer. Já tu, não comes nada!" Isto aliado a: "Só vais comer isso?", "Come mais!", "Estás cheia? Pois é normal, as pessoas quanto menos comerem menos fome têm. Tens de habituar o teu estômago a comer mais" - confesso que esta é a minha teoria favorita -, "Dói-te a cabeça? É normal, não comes nada!", "Estás mal disposta? É normal, não comes nada", "Tens frio? É normal, não comes nada". No fundo tudo o que de mau me acontece na vida é porque não como nada, segundo os fundamentalistas da alimentação. E agora pergunto: será que essas pessoas também iam gostar de ter uma gralha à mesa que estivesse sempre a dizer "Vais comer tanto? Que horror isso faz-te mal.", "Devias ir ao médico que estás a ficar gorda", "Devias comer menos senão qualquer dia rebentas". Se calhar não gostavam. Se calhar até achavam que discursos deste género eram o suficiente para lhes estragar a refeição.


Portanto, e para acabar, a minha dica é: parem de chamar as pessoas a atenção por coisas que elas, simplesmente, não podem mudar. Porque a natureza é assim mesmo que funciona. Não é por me dizerem mil vezes que estou branca e magra que me vou pôr a torrar ao sol durante horas, com factor de protecção 5, e a enfardar sandes de carne assada como se não houvesse amanhã. Não percebo qual é a dificuldade das pessoas perceberem que, o importante, é cada um sentir-se bem com o peso que tem. Sentir-se bem como é. Branca, preta, magra, gorda, com sardas, com os dentes tortos, com os cabelos aos caracóis. Cada um é como é. E é completamente desnecessário, e extremamente desagradável, haver meio mundo a pôr defeitos naquilo que somos. 

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publicado às 09:52

Tenho um problema na minha vida: gosto de tecnologia. Bem, talvez não seja uma coisa assim tão abrangente. Gosto de telemóveis. Pronto, assim é que é. Gosto de telemóveis com écrans grandes, com boas câmaras e bonitos. De dois em dois anos costumo trocar de telemóvel. Gosto de ter sempre o mais recente, o mais giro, o que tem a câmara melhor. Pode parecer uma maluquice, sei que sim, mas a verdade é que este bichinho é mesmo uma extensão de mim e por isso tenho necessidade de estar sempre up to date. Gosto de fotografia mas é impensável andar sempre com o meu canhãozinho - uma Lumix FZ45 -, não é propriamente a coisa mais prática e leve de transportar dentro da mala, por isso o meu telemóvel tem de ter uma boa câmara. Já sei que à partida não vai ter o mesmo desempenho que uma máquina fotográfica a sério mas se puder ser a next best thing, tanto melhor. Ah, e sou maluca pelas aplicações de fotografia! Sou fã do Instagram, óbvio, mas agora a menina dos meus olhos é a Lomo Camera que transforma o nosso telemóvel em 9 câmaras analógicas diferentes que dão um efeito brutal a qualquer imagem por nós capturada. Para além disto, também sou extremamente organizada e, também aqui, as apps são as minhas melhores amigas. Adoro as agendas e aquelas que nos permitem fazer listas sem fim. Tenho listas para tudo: de músicas que gosto e que quero acrescentar ao meu iPod, das coisas que me fazem falta em casa, de restaurantes bons e baratos em Lisboa, das coisas essenciais para levar na mala de viagem, dos livros que quero comprar... enfim. Tudo é razão para fazer uma lista e como não tenho paciência para andar com caderninhos e agendas dentro da mala, que já anda suficientemente cheia, uso o telemóvel. 


O ano passado pensei que esta minha obsessão para ter sempre o mais recente modelito tinha acabado. Comprei um LG todo giro com um écran de umas simpáticas 4.7 polegadas, fininho, bonitinho. "Agora é que é. Este vai acompanhar-me durante anos!" Era bom, mas não. Com o tempo comecei a aperceber-me de coisas que me irritavam bastante: a lista de contactos demora uma eternidade a abrir, e eu nem tenho assim tantos; às vezes bloqueia e reinicia-se sozinho; a câmara, por vezes, demora uns 5 segundos a disparar e a qualidade das imagens não é assim tão boa. Já perdi a conta às fotografias que tirei e que ficaram todas desfocadas ou demasiado escuras. Claro que o facto de o ter deixado cair dentro de água há uns meses não ajudou em nada nestas coisas. Ficou ainda mais lento, bloqueia ainda mais vezes - especialmente quando estou a fazer multi tasking - e a câmara... enfim, é um desespero. Foi assim que comecei a invejar o iPhone do meu homem, um Apple lover assumido. Depois de inúmeras quedas e de um vidro partido aquele iPhone 5 nunca bloqueia, nunca engonha e as fotos saem SEMPRE bem. Sempre! Ora, o que é que isto faz a uma pessoa que está desesperada por ter um telemóvel perfeito? Fá-la chegar à conclusão que precisa de um iPhone como de ar para respirar, claro. Durante semanas esta ideia não me saiu da cabeça. Até sonhava com ele! Entretanto fiquei de cama com uma gastroenterite e a febre do iPhone passou... mais ou menos. Há medida que fui ficando melhorzinha lá voltava eu aos sites da especialidade para o comparar com os restantes. A minha perdição é o 5s dourado.



 


Acho que é lindo, a câmara é bastante boa, tem um flash xpto que não deixa as pessoas todas brancas e, ao que parece, o IOS não dá metade dos problemas que os Androids dão. Mas tem um problema, ou melhor, vários: é caríssimo, a versão de 16GB não me chega, teria sempre de optar pela de 32 que custa uns super acessíveis 800€; é de alumínio e por isso ao mínimo toque fica logo cheio de mossas - eu bem vejo pelo que tenho cá em casa - e tem um écran bem mais pequeno relativamente aos que estou habituada. Mas eu até estava disposta a esquecer o tamanho do écran para ter este menino nas mãos, mas a limitação de espaço da versão mais barata - 700€... - é incomportável para mim. Com a quantidade de fotografias e de aplicações que preciso aquilo ficava cheio num instante. 


Rendida às evidências, às duras evidências, comecei a ver o que mais havia no mercado. E afinal o mercado nem está mauzinho de todo! Depois de muito pesquisar fiquei indecisa entre estes três que preenchem os meus principais requisitos: giro, com boa câmara e espaço suficiente para pôr tudo o que precisar lá dentro.


 


Samsung Galaxy S5


 






O novíssimo LG G3 - chegou a Portugal a semana passada e é exclusivo da MEO





E o Samsung Galaxy S4 que, apesar de não ser nenhuma novidade, é um telemóvel bastante bom e sempre muito elogiado em todas as reviews






São todos demasiado caros - mas não tão caros como um iPhone, claro - e foi por isso que ainda não perdi a cabeça e não trouxe um deles para casa. Gosto muito do G3 mas acho que é capaz de ser um bocadinho grande demais para mim. Quero um telemóvel, não um tablet. Por agora vou-me contentando com as passagens pelas lojas e mexendo ora num, ora noutro. Até ao dia em que perco a cabeça, e o amor ao dinheiro, e trago um destes bebés comigo.



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publicado às 09:53

Go get it! | Caudalie Divine Legs

por Marisa Furtado, em 19.06.14

Há dias queixei-me da fraca figura que fiz na aula de pilates quando decidi apresentar-me no ginásio com umas calças a 3/4. Sou branquinha e ainda não fui à praia por isso andar de perna ao léu nestas condições e, ainda por cima, sob as luzes de cozinha daquelas salas, é uma péssima ideia. Certo? Errado. Não fosse eu tão aluada ter-me-ia lembrado do produtinho mágico que tenho guardado na casa de banho: o creme Divine Legs, da Caudalie. Acreditem que é a salvação para qualquer pele cor de lula especialmente nesta altura do ano em que ora estão 38ºC ora agora já só estão 23ºC e vai de buscar o casaquinho de malha. Uma pessoa bem se quer bronzear mas com idas à praia de 5 em 5 dias a coisa não rende. Claro que estou a excluir deste cenário aterrador aquelas pessoas nojentinhas que já vieram ao mundo com uma cor de pele saudável, que basta irem à rua despejar o lixo de perna ao léu que ficam logo com um lindo bronze dourado e que ao fim de um dia de praia ali em Carcavelos parece que vieram de umas férias nas Maldivas. Este protudo da Caudalie foi pensado para que nós, pequenas lulas que populam por esse mundo fora, também possamos andar a mostrar as perninhas assim que o verão começa a dar um ar de sua graça, sem vergonhas! Trata-se de uma loção corporal pigmentada que dá à nossa pele um tom dourado instantâneo deixando-a com um tom radiante e saudável. A cereja no topo do bolo é que, apesar de se chamar divine legs, pode ser aplicado em qualquer parte do corpo - menos no rosto - e... tchan tchan tchan tchan: adapta-se a todos os tons de pele. Todos! Não precisamos de andar a matar a cabeça até perceber qual é o frasquinho que vai melhor com a nossa pele porque, este, vai com todas! É uma das vantagens em relação aos auto-bronzeadores, onde um tom ligeiramente acima do nosso nos faz parecer umas lindas e airosas laranjas do Algarve...


Li tantas coisas boas sobre este produto que quando o encomendei achei que isto não tinha nada que saber, que era só espalhar o creme no corpo, vestir e ir andando. Como não quero que saiam daqui iludidas aqui ficam aquelas partes mais chatinhas e das quais quase ninguém fala:



  • o cheiro, não sendo desagradável, é muito forte, especialmente durante a primeira hora. Quem for sensível a estas coisas pode não ficar muito feliz com isto.

  • antes de o comprar li algures que se aplicava como um creme hidratante. Pois... era bom, mas não. A aplicação não é difícil mas se o aplicarmos como um hidratante é provável que fiquemos com excesso de produto na pele e às manchas, tal a falta de precisão. A meu ver melhor forma de aplicar é espalhar o creme nas mãos e depois sim aplicá-lo na pele. Fica uniforme e bonito.

  • nunca, jamais, aplicar uma segunda camada de creme. Fica tudo empapado com um aspecto super artificial e o resultado é terem de saltar para a banheira novamente. Been there, done that.

  • uma das maiores mentiras que se escreve por aí é que o Divine Legs seca num ápice. Infelizmente não seca. A primeira vez que o usei vesti-me ao fim de 5 minutos e fiquei com a roupa toda manchada - era branca, ainda por cima. Living on the edge! Qualquer produto com cor que apliquemos no nosso corpo exige sempre imenso cuidado na hora de vestir. Agora prefiro esperar uns bons 20 ou 30 minutos, assim tenho a certeza absoluta que está sequinho e que não mancha nada. Este não é, portanto, o produto ideal para aquelas manhãs em que temos de sair de casa à pressa. Guardem-no para quando tiverem tempo para se mimarem.

  • não é um auto-bronzeador. O produto desaparece do corpo no próximo duche que tomarem.



O creme vende-se nas farmácias mas também pode ser encomendado na Skin.pt - acho que está esgotado no site mas nada como irem espreitando para ver quando o voltam a ter em stock.


Por isso meninas com pele de porcelana e que já não aguentam ouvir aquela frase "que horror estás tão branca! Estás doente?!" - sempre dita por aquelas insensíveis que já vieram ao mundo com um tom de pele decente - já nada vos impede de vestirem aquela saia nova giríssima e mostrarem os pernões. 


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publicado às 10:18

#onrepeat | Sia - Chandelier

por Marisa Furtado, em 18.06.14

 

 

Viciada na música e neste vídeo meio creepy. 

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publicado às 12:28

Os despedimentos e as alternativas

por Marisa Furtado, em 13.06.14

Gosto do Ricardo, do blog O Arrumadinho, conheço-o, já fomos colegas, e se há alguém a quem tenho de agradecer por me ter puxado para o mundo do jornalismo é a ele, mesmo que não tenha corrido tão bem como eu esperava - entrei cheia de ilusões e ideias romantizadas da área. É das pessoas com mais garra que conheço e está sempre um passo à frente em relação ao que de mau pode estar ao virar da esquina. Quando as coisas a nível profissional não lhe correm de feição a minha reacção é sempre "que horror! isso é terrível! e agora o que é que vais fazer?" e do outro lado há sempre um sorriso confiante e um "não há problema. já tenho umas coisas em mente." Admiro isto, esta postura, esta visão permanente do copo meio cheio. Admiro o facto de ter sempre um milhão de ideias e não se deixar acomodar, porque nunca se sabe o dia de amanhã. Mas, infelizmente, nem todos têm a mesma garra. Estou certa de que se pudéssemos escolher todos nós seríamos assim. Sempre. Cheios de ideias, de projectos, de sorriso nos lábios e de determinação no olhar. E é por isso que, embora compreendendo o que ele quer dizer com este texto, concordo mais com a Sónia. A visão dela é mais realista. E mais negra e triste, também. Mas às vezes é bom sermos confrontados com uma visão mais fria, onde todas as hipóteses são postas em cima da mesa. Nas alturas mais desesperantes da vida de uma pessoa, discursos hiper optimistas, como o do Ricardo, incomodam. Chateiam. Porque nem toda a gente consegue ver, sempre, o copo meio cheio. Porque, na verdade, e como diz a Sónia, nem todos conseguimos ser empreendedores, freelancers, criativos, arrumadinhos e pipocas, acordar todos os dias com ideias fresquinhas para pôr em prática. E não há mal nenhum nisso. E sim, para essas pessoas, o destino será, provavelmente, ir para as filas do centro do emprego. Aliás, não só para essas mas, também, para as outras, para as optimistas, para as que vêem o copo meio cheio, para as que têm a cabeça a brotar de ideias. Tal como a Sónia, também eu conheço algumas pessoas assim. Determinadas, com muito valor e vontade de pôr uma data de projectos em prática mas que, pura e simplesmente, não têm o factor sorte a favor delas. Não têm! E agora pergunto eu: Qual é a solução? É passar a vida a lutar para ouvir um sim no meio de milhares de nãos? E se esse sim não chegar? Durante quanto tempo é que temos de esperar por ele? A solução é continuar optimista e fazer um esforço para acordar na mesma com ideias giras, depois de meses ou anos a ouvir nãos e o barulho de portas a fechar? Isso é muito bonito mas há-de chegar o dia, ao fim de muitos nãos, em que acordamos e somos confrontados com a dura realidade: uma pessoa sem trabalho, sem dinheiro e com as contas para pagar, a renda da casa que já está atrasada, o passe do metro que está quase a chegar ao fim, e quando esse dia chega, a meu ver, não há mesmo outra solução que não seja irmos para as filas do centro de emprego e procurarmos coisas noutras áreas. E qual é o mal? Eu também sou suspeita, porque não me imagino a viver para o trabalho, a sacrificar a minha vida pessoal em nome de uma carreia brilhante onde quer que seja. Prefiro, sim, e à falta de alternativa, fazer uma coisa fora da minha área e receber um ordenado certinho ao fim do mês e ter a possibilidade de ir de férias para fora do país, conhecer coisas novas, poder ir conhecer um restaurante novo ou ir ao cinema duas ou três vezes por mês sem me sentir culpada, comprar aqueles sapatos que andei a namorar durante semanas, conseguir pagar as contas a tempo e horas sem sentir sempre a corda no pescoço.


Quando saí da faculdade também estava cheia de esperança e de sonhos e de garra. Ia trabalhar para uma revista ou jornal, ia, finalmente, ser jornalista, contar histórias importantes, tocar a vida das pessoas, daquelas com quem falo e das que lêem os meus textos, vou ser a Lisa Ling portuguesa! Mas depois as coisas não correram bem, porque afinal o jornalismo não é assim, muito menos para uma pessoa que está a começar, porque é preciso penar muitos anos até conseguirmos encontrar o nosso lugar e não sermos apenas mais um, porque é muito raro escrever sobre coisas que, de facto, interessam, porque implica darmos tudo à profissão e deixar a vida pessoal para segundo plano, por falta de tempo mas, também, por falta de dinheiro - é incrível o quão mal se consegue ganhar nesta área -, porque implica um grande espírito de sacrifício que eu, na altura, não tinha, porque é das profissões mais difíceis e ingratas do mundo. Depois de levar com este balde de água fria e de me ter ido embora do jornal não tive outra hipótese que não fosse trabalhar com aquilo que a vida me ia dando. Ainda enviei currículos para esta área e cheguei a ir a algumas entrevistas mas a oferta do outro lado era sempre a mesma: estágios curriculares, recibos verdes, x tempo à experiência e eu não queria nada disso! Queria trabalhar, ganhar dinheiro, para me conseguir emancipar e fazer-me à vida. E, infelizmente, isso não se faz com estágios curriculares ou ordenados de 500€ a recebidos verdes. E foi assim que fui ter ao sítio onde estou agora. Um lugar onde nunca pensei que ia trabalhar mas que foi uma agradável surpresa, a vários níveis, e que me permitiu mudar de vida: sair de casa dos pais, arranjar uma casa com o meu homem, poder conhecer os restaurantes da moda, conseguir fazer uma viagem todos os anos ou de dois em dois, irmos passar fins-de-semana românticos de vez em quando a sítios que não sonhávamos existirem no nosso país e tudo isto porque me atrevi a ir para as filas do centro de emprego e procurar coisas fora da minha área. Não quer dizer que vá ficar aqui para o resto da vida, podem sempre mandar-me embora a qualquer momento, mas, por agora, sinto-me uma sortuda e estou feliz por ter um trabalho que gosto - apesar de não ser aquele que sempre sonhei fazer - e que me permite fazer estas coisas todas e sonhar com outras tantas. Mas se entretanto a minha sorte mudar a minha postura vai ser a mesma que me trouxe até aqui. 


Conheço muita gente, as tais pessoas criativas e super optimistas, que não conseguem arranjar, ou criar, trabalho de forma alguma e quando vejo que a situação se está a tornar desesperante a primeira coisa que digo é: "então e se procurares coisas fora da tua área?" e, invariavelmente, a pessoa que tenho do outro lado olha-me como se eu fosse um monstro. Que isso é impensável, que andou a estudar não sei quantos anos para aquilo, e que tem de ser, e que vai conseguir. E eu calo-me. Porque percebo perfeitamente que a minha solução não é, por vezes, a ideal mas é, muitas vezes, a possível. E, mais uma vez, não há mal nenhum nisso. E o errado é olhar para esta solução com preconceito. Quando a vida nos dá um pontapé no traseiro e as nossas expectativas, os nossos sonhos, saem gorados o melhor é que nos consigamos adaptar a isso! Procurar outras coisas, mesmo que sejam coisas que nunca pensámos fazer. Mudar a nossa perspectiva. Isso não significa que o facto de agora só termos conseguido arranjar um trabalho num call center que essa seja para sempre a nossa vida e que não valha a pena continuar a lutar por aquilo que realmente queremos. Nada disso! Só acho que, muitas vezes, as pessoas se deixam cegar pelos próprios sonhos, o sonho da carreia perfeita, o sonho de fazer aquilo para que se estudou para o resto da vida, sem conseguir perceber que, às vezes, quando as coisas se tornam difíceis e não se consegue arranjar exactamente o que queremos, o melhor é pormos esses sonhos em espera para conseguirmos realizar outros. Também esta pode ser uma forma de nos reinventarmos... e de vermos o copo meio cheio.

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publicado às 10:46

Wishlist | Junho

por Marisa Furtado, em 12.06.14

Sem título #42







 


Nota-se muito que já entrei em modo verão? Esta estação estou decidida a apostar nas flores! Quero muito um vestido ou um macacão florido e uns ténis do mesmo género. Estes da Zara são uma óptima opção e são até parecidos aos da Adidas, só que bem mais baratos. Adoro as peças que resultaram da colaboração da Adidas com a Farm Rio, acho que são muito trendy e urbanas, mas custa-me dar 90€ por uns ténis às flores que, se calhar, para o ano já não se vão usar. Por isso opto, quase sempre, pela next best thing e a Zara, como se sabe, é pro nisso. Agora é só rezar para que este calor de ananases se mantenha para me poder passear com as minhas flores e, já agora, ganhar uma corzinha. Ontem atrevi-me a ir para o pilates com umas calças a 3/4, que à luz da minha casa me pareceu uma óptima ideia, mas assim que entrei naquela sala cheia de luzes brancas e um espelho gigante tive logo ali uns três ataques de pânico. Tenho as pernas tão brancas que, realmente, só estão bem é tapadinhas. Que vergonha!

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publicado às 10:08

My lips, but better

por Marisa Furtado, em 09.06.14

Nos blogs dedicados à maquilhagem a expressão "my lips but better", ou a abreviatura "MLBB", é frequentemente utilizada para descrever os batons cuja cor se aproxima da cor natural dos nossos lábios. Se quiserem descomplicar podem usar a palavra "nude", porque a verdade é que vai dar tudo ao mesmo. São os batons perfeitos para o dia-a-dia porque iluminam os lábios, dão-lhes um aspecto mais carnudo, e até o rosto parece mais bronzeado. A dificuldade em escolher o baton nude perfeito está, precisamente, em encontrar o tom perfeito. Se for demasiado escuro ficamos com os lábios castanhos - tão 1994 -, se for demasiado claro ficamos com um aspecto pálido e pouco saudável. A grande dor de cabeça começa quando tentamos imitar as fotografias que se vêem nas revistas, em que o tom dos lábios se funde com o da pele. Esqueçam isso. Ali há sempre muito trabalho de photoshop e na vida real o ideal, e o mais bonito, é haver uma distinção entre o tom da nossa pele e a cor dos lábios. 


Depois de muito procurar não só encontrei o batom nude perfeito para mim como o cor-de-rosa ideal para o meu tom de pele, que não me dá um aspecto artificial de barbie.


 











São os dois da Rimmel London, da linha Lasting Finish, mas o da esquerda, n.3, é uma edição especial pensado e desenhado pela menina bonita da marca: Kate Moss. É um nude mate que se funde na perfeição com o tom dos meus lábios. Fica muito natural e bonito. O rosinha, n.º 214, é um pouquinho mais brilhante mas a cor não choca e é ideal para dar um tom mais quente e sofisticado à maquilhagem.

Gosto muito dos dois mas a surpresa foi, sem dúvida, o nude. Sempre pensei que o meu batom nude tinha de ser mais claro, assim meio esbranquiçado, porque sou muito branquinha. Mas, afinal, estava enganada. Este rosa velho dá um aspecto muito natural aos meus lábios e dá-me um ar arranjadinho instantâneo. Têm os dois aquele cheirinho característico dos batons da marca - faz lembrar pastilha elástica - e são muito pigmentados, macios e confortáveis mas o n.3, o da Kate, é mais hidratante. De qualquer forma não prescindo do meu batom do cieiro para a base de qualquer batom com cor. Evita que, com o passar das horas, os lábios fiquem com aquele aspecto seco e gretado horroroso. Este dois meninos podem ser comprados em qualquer supermercado. O da Kate Moss custa 7.40€ e clássico Lasting Finish 6.95€. 


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publicado às 10:14

Divulgação | Tens - The real life filter

por Marisa Furtado, em 06.06.14

Drama da vida moderna: Mayfair? Nashville? Lo-Fi? Pronto, ok, Walden. Sem darmos por isso, o filtro que aplicamos nas fotografias que publicamos nas redes sociais passaram a ser um passo essencial  do próprio acto de fotografar. Longe vão os tempos em que o importante era a imagem estar direita e focada. Hoje o que importa são as cores quentes e vibrantes e filtros retro. Há alguma coisa melhor que tirarmos uma fotografia assim-assim que fica dez vezes mais apelativa assim que lhe aplicamos o Valencia no Instagram? Há! Vermos o mundo através desse filtro. Sim é possível e para isso basta andarmos com uns óculos de sol ao estilo wayfarer. Há coisas mais chatas.
A ideia é do Tom Welsh, Kris Reid e Marty Bell, um trio ligado à fotografia e indústria cinematográfica que, durante três anos, se dedicou à criação das lentes coloridas perfeitas. O objectivo? Dar um tom mais quente àquilo que vemos, quase como se estivéssemos num filme. Em vez de usarem lentes de cor fria para bloquearem o sol usam cores saturadas, em tons de amarelo e cor-de-laranja, que dão aquele aspecto meio sépia a tudo o que vemos. Depois de três anos de testes estes três rapazes encontraram, finalmente, um fabricante disposto a produzir os óculos e puseram mãos à obra: recorreram ao IndieGogo, uma plataforma de angariação de fundos e uma forma simples de testarem o mercado e verem se as pessoas acreditam no projecto. Eu não só acredito como preciso destes meninos como de pão para a boca. E até acho que já convenci o meu homem a comprar uns!


 


Sem os Tens: boooooriiing...


 





Com os Tens






 


















Estas lentes revolucionárias são anti-risco e protegem a 100% dos raios UV. A marca está agora a começar - iniciaram o crowdfunding em Maio deste ano - mas em menos de nada triplicaram o valor inicialmente investido. Os Tens podem começar a ser encomendados agora no IndieGogo- já ultrapassaram as 7 mil encomendas! - e serão enviados em Julho. Cada par ronda os 50€ e as armações estão disponíveis em quatro cores - a deep red são as minhas favoritas. 

















 

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publicado às 09:50


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